Foi ao minuto 84 do duelo entre FC Porto e Académica que André Villas-Boas fez a segunda e última substituição na Briosa. A hora era de arriscar e percebeu-se que, a perder por 1-0, o jovem técnico tenha abdicado de um defesa para colocar um médio, o que levou a que a turma estudantil tenha terminado o embate em 3x4x3. Até aí tudo normal, mas o que terá passado despercebido a muita gente é que para Cris entrar Villas-Boas abdicou de Berger que, no "reinado" do técnico, jamais tinha sido substituído, tendo cumprido na íntegra as 17 partidas anteriores relativas às três competições do calendário nacional.
Pois bem, foram precisos 1614 minutos para que o austríaco perdesse o estatuto de totalista na "era Villas-Boas", ele que, apesar de ter "faltado" à última meia dúzia de minutos no confronto com os dragões - que derrotaram a Académica e carimbaram o passaporte para a final da Taça da Liga, na qual irão medir forças com o Benfica -, continua a ser o jogador mais utilizado pelo "mister".
De facto, a situação de Berger é, no mínimo, curiosa. Sem qualquer segundo de utilização com Rogério Gonçalves, isto já depois de com Domingos Paciência não ter sido opção frequente em 2008/2009, o camisola 5 foi um dos homens de confiança de André Villas-Boas desde a primeira hora. Tudo começou a 18 de Outubro. Na estreia oficial do técnico, Berger foi titular no eixo da defesa diante do Portimonense. Na altura, ainda se pensou que poderia ser uma opção pontual, já que a competição em causa era a Taça de Portugal. Mas não. O central pegou de estaca e a partir daí o seu nome figurou no lote de titulares em todas as 17 partidas seguintes, sem nunca ser substituído… até à noite de quarta-feira.
E o rendimento de Markus Berger convenceu tudo e todos. A prova disso mesmo foi o facto de estar em final de contrato e de ter sido o primeiro que a Académica conseguiu convencer a renovar, por mais duas temporadas. Deste modo, o internacional sub-21 austríaco, que já está há três anos em Coimbra, prepara-se para permanecer até 2012.
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