Académica 0 - Benfica 1
Liga Zon Sagres - 16J
Estádio Cidade de Coimbra
16-01-2011 - 20:15
Académica: Peiser, Hélder Cabral, Berger, Pape Sow, Pedrinho, Diogo Melo, Bischoff, Diogo Gomes, Diogo Valente (Laionel 78'), Miguel Fidalgo (Luiz Nunes 39'), Sougou (Júnior Paraíba 81')
Suplentes: Ricardo, Sissoko, Éder, Pedro Costa
Treinador: José Guilherme
Benfica: Roberto, Rúben Amorim (Maxi Pereira 87'), Luisão, David Luiz, Fábio Coentrão, Gaitán, Airton, Carlos Martins (Pablo Aimar 66'), Salvio, Cardozo, Saviola (Jara 81')
Suplentes: Júlio César, Filipe Meneses, Sidnei, Weldon.
Treinador: Jorge Jesus
Ao Intervalo: 0-1
Marcadores: Saviola 19'
Árbitro: Elmano Santos
C.A.: Bischoff (16m), Hélder Cabral (19m), David Luiz (29m), Fábio Coentrão (34m e 90m)
C.V.: Pape Sow (35m) Coentrão (90m)
Espectadores: 13.264
Crónica
MF: A vitória encarnada pintou-se com cores graves e uma Mancha enorme. Será o triunfo da capacidade de sofrimento, dirá Jorge Jesus. Talvez. Fica, para a história, uma arbitragem fraquíssima e uma Briosa do tamanho do Mundo. O Benfica foi perdulário e ganhou pela margem mínima. Suficiente, apenas.
A Académica entrou em campo com protestos pelo Metro do Mondego. Causa nobre, desde logo associada a outro protesto, com meros 19 minutos de jogo. Desta vez, contra um metro de Saviola, a medida estimada do fora-de-jogo no primeiro golo encarnado.
As contas são feitas por alto, mas não restam a mínima percentagem de dúvida, quanto à posição do Conejo no momento do remate de Cardozo. Bola parada, auxiliar no enquadramento do lance, erro gravíssimo e incompreensível.
A bola disparada pelo Tacuara desviou no corpo do argentino (parece braço, mas involuntário) e entrou. Sexto jogo consecutivo de Saviola a marcar! Não fosse a indesejada intromissão de Elmano Santos nos momentos decisivos, reclamaria maior protagonismo.
Um meio cheio de nada
Até aqui, assistira-se a um duelo interessante. O Benfica comprovava o bom momento com uma entrada forte, um futebol alegre e ofensivo. A Briosa depositava todas as esperanças num belo trio de ataque, procurando disfarçar a disparidade de qualidade na comparação com os restantes sectores.
A meio-campo, nada. Airton parecia ter engatado uma mudança mais baixa, em relação aos seus companheiros. Diogo Melo e Bischoff faziam ainda pior, cavando igualmente um fosso para a respectiva defesa. Ou seja, quatro para quatro quando o Benfica atacava, três para três ou quatro nas respostas estudantis.
A chave do encontro seria esta, pensou-se. Mas Elmano Santos estragou a festa, uma vez mais. Vítor Pereira vê um jogo mau a cada fim-de-semana. Entre Alvalade e Coimbra, 24 horas apenas, vimos duas. Péssimas.
Chutos e pontapés na lei do juíz
A equipa de arbitragem, num jogo com vários condimentos de real interesse, entrou numa espiral de erros e não conseguiu evitar a tal sensação de compensação. Fábio Coentrão, por exemplo, viu um amarelo por simular um penalty que realmente sofreu. Mais um lance capital.
À terceira, o benefício da dúvida. 37 minutos. Bola pelo ar no centro do terreno e Pape Sow, com a cabeça não se sabe onde, salta estapafurdiamente com o pé à altura dos ombros de Cardozo. Foi lá que acertou, ou o resultado seria dramático. Cartão vermelho. Medida dura e penalizadora em termos desportivos, aceitável na análise disciplinar.
Assim, passou-se uma parte a pensar no juiz, desejavelmente discreto. Esqueceu-se a brilhante defesa de Roberto, quando Fidalgo ameaçou verdadeiramente o empate, esqueceu-se a raça de Diogo Valente à esquerda, mais um punhado de oportunidades falhadas do Benfica.
Mancha enorme na sonolência encarnada
A etapa complementar prometia espectáculo vermelho. A equipa de Jorge Jesus gozava um belo momento, a Académica estava reduzida a dez e José Guilherme tirara o goleador Fidalgo para recompor a defesa. E então, o velho Benfica, aquele dos maus momentos, relaxado e arrogante.
Alicerçada num ataque com dois extremos rapidíssimo, mais dois médios com pontapé forte, a formação local conseguiu assustar a Bela Adormecida, confortavelmente iludida. Em dois minutos (68 e 69), o 1-1 ficou à distância de centímetros, com um poste pelo caminho. Jesus esbracejava, fazia tocar o despertador.
Agressivo, antes apático, o onze (terminaria com dez, Coentrão expulso ao minuto 89) encarnado cheirou o segundo golo. Luisão atirou ao poste, Cardozo falhou vários, tantos que a vitória parecia garantida sem nunca o ser.
A incerteza perdurou até ao apito final, o tal som que ecoou com desacerto ao longo da noite. Pelo meio, mais bases para um eventual castigo máximo, por mão na bola na área da Académica.
_____________________
AAC- OAF: A Académica perdeu este domingo com o Benfica por 1-0 numa partida que marcou o arranque da segunda volta do campeonato. Os "estudantes" exibiram-se em bom nível mas o golo irregular de Saviola, aos 19 minutos, acabou por selar o destino da partida. Na etapa complementar, apesar dos esforços da equipa da casa, que teve várias oportunidades para empatar o jogo, a Académica não conseguiu atingir os seus objectivos e perde em casa com os actuais campeões nacionais.
A Briosa até entrou bem no encontro, tendo mostrado grande segurança e foi numa altura em que nada o fazia prever que Saviola iria fazer, de forma completamente irregular, o único golo do jogo. Cardozo, aproveitando um livre à entrada da área, rematou à baliza de Peiser mas, pelo meio, a bola iria bater em Saviola que estava em fora de jogo e, para além disso, o golo encarnado foi marcado com o... braço.
A Académica, que até então estava a ser uma equipa bastante segura e organizada, via-se em desvantagem no marcador através de um golo irregular que acabou por ter uma importância decisiva no desenrolar da partida.
Após o tento de Saviola, a Briosa não se desorganizou e continuou a mostrar bom futebol, conseguindo por várias vezes chegar com perigo à baliza defendida por Roberto. No entanto, aos 36 minutos, nova contrariedade... Habib levou o cartão vermelho directo após entrada sobre um jogador adversário e seguiu o caminho dos balneários. Com a expulsão, José Guilherme não perdeu tempo e viu-se obrigado a lançar Luiz Nunes para o lugar de Miguel Fidalgo.
O intervalo chegou com o 0-1 no marcador mas na etapa complementar quase só deu Briosa. Por várias vezes, a Académica esteve perto de marcar mas a verdade é que a pontaria dos avançados dos "estudantes" não foi a melhor. Primeiro foi Diogo Valente a não chegar a tempo do cruzamento tirado por Sougou e depois foi Amaury Bischoff que, de fora da área, atirou ao poste da baliza do Benfica quando o golo parecia o mais certo...
A Académica nunca desistiu de tentar chegar ao empate e, apesar de estar com menos um na partida, criou bastantes dificuldades à equipa de Jorge Jesus. Aos 84 minutos, Rúben Amorim tirou o pão da boca de Laionel e já na parte final foram várias as oportunidades que a Briosa dispôs...
O apito final chegou com o triunfo encarnado mas com a certeza de que, com um pouco mais de eficácia, a Académica não poderia ter chegado ao empate como até perseguir a vitória...
Destaques
Saviola: números que impressionam
Sexto jogo consecutivo a marcar. Nos últimos nove jogos, apontou...nove golos! Nesta sequência fez, aliás, mais do quadruplo do que tinha feito até então, pois o registo ficava-se pelos dois tentos. Mesmo que esta noite tenha festejado num lance irregular e tenha estado apagado no resto do encontro, o pecúlio recente é de assinalar. Está na melhor fase da época.
Fábio Coentrão, sem fugir à rotina
Vai falhar o jogo com o Olhanense, para a Taça da Liga, e fará, certamente, muita falta ao Benfica. O epíteto de defesa apenas ganha forma na consistência que consegue dar ao seu flanco, pois é uma autêntica seta apontada à baliza contrária. Apareceu na área como um autêntico extremo e não deu veleidades na defesa. Tem sido quase sempre assim. Porém, mesmo que no primeiro amarelo até pareça derrubado por Diogo Melo, entrou de forma intempestiva sobre Bischoff e viu o segundo. Assim, não só falha o duelo com os algarvios, como mantém os quatro cartões amarelos com que iniciou a ronda.
Salvio, um pouco menos brilhante
Se Coentrão desequilibra pela esquerda, no flanco oposto, os ataques têm, quase sempre, a assinatura do argentino. Mesmo tendo estado uns furos abaixo de exibições recentes, conseguiu dar um ar da sua graça, num par de arrancadas naquele estilo desconcertante, em que a bola parece estar sempre mais longe do que perto. Vai passando, vai cruzando, vai somando pontos. E o Benfica vai agradecendo.
Diogo Gomes: esperança bateu no poste
Nem se pode dizer que tenha realizado um jogo brilhante, mas temporizou o futebol da Académica como Bischoff nunca conseguiu fazer e teve o azar a bater-lhe à porta. Ou no ferro. O remate que quase devolvia a esperança aos estudantes passeou na linha de golo e mais não ousou. Nunca o golo esteve tão perto.
Diogo Valente e Hélder Cabral: pela esquerda a direito
A ala esquerda dos estudantes destacou-se, claramente, da contrária. Culpa de um Hélder Cabral atrevido e de um Diogo Valente que desenhou os melhores lances da Académica. A expulsão de Pape Sow condicionou muito o futebol da equipa de José Guilherme que perdeu a referência na área. E com Sougou amarrado, foi do outro lado que chegaram os espasmos. Curiosamente, a «Briosa» até fica mais perto de marcar num lance pela direita, em que a defesa encarnada foi apanhada em contra-mão e Diogo Valente não marca por centímetros.
Opiniões
José Guilherme:
«As impressões são positivas. Fizemos um jogo óptimo, mas estamos tristes por não ter ganho. Tivemos muita qualidade e organização. Jogar contra o Benfica não é fácil, ainda para mais com dez. Tivemos oportunidades de golo, mas não conseguimos. Foi um jogo positivo.»
Que opinião tem sobre lances que causaram dúvida?
«São acontecimentos do jogo. A nós cabe-nos treinar o melhor possível. Sabemos que isto acontece de forma regular, os árbitros podem falhar aqui e ali. Mas temos de olhar para a frente, isso são coisas que acontecem.»
Sem Nuno Coelho, Orlando e Hugo Morais a equipa ressentiu-se?
«Jogámos com estes 11 e fizemos esta exibição. Estes deram resposta positiva.»
Jorge Jesus:
«Voltámos a entrar forte no jogo e até à expulsão fomos a única equipa que criou perigo. Na primeira parte, a Académica não causou perigo, nem com 11, nem com dez. Na segunda parte, quando tínhamos mais um jogador, a equipa pensou que as coisas ficassem mais fáceis e permitimos algumas saídas da Académica. Quando se está a vencer por 1-0 o adversário pode marcar numa só jogada, ou numa bola parada ou num remate de fora da área, como aquele lance ao poste. O Benfica mereceu vencer, mas se me perguntar se podíamos ter feito melhor, podíamos. É verdade que a equipa não esteve fresca, foi o terceiro jogo em que meti os mesmos jogadores. Arrisquei em não mexer muito. Agora, senti, e tenho a convicção que, na quarta-feira, com o Olhanense, para Taça da Liga, muitos destes jogadores vão ter de dar lugar a outros, porque estão a começar de ter fadiga muscular.
Mantém distância para o porto e ganha vantagem ao terceiro. Que analise faz?
«Queríamos vencer independentemente dos rivais, nem sabíamos o resultado do rival que vai à frente, mas sabíamos do Sporting. Estamos a oito pontos do terceiro, mas tudo é possível, o Sporting ainda tem hipótese de recuperar para o segundo lugar, para o primeiro já tenho algumas dúvidas. Ou melhor, não tenho nenhumas. Sabíamos que estes dois jogos eram fundamentais e vamos para uma luta com o primeiro classificado.»
Ainda espera mais jogadores?
«Já temos mais um, o Jardel. Todas as equipas estão sujeitas a modificações e o Benfica também.»
Jorge Jesus, treinador do Benfica, em declarações na sala de imprensa, no final da vitória sobre a Académica, por 0-1:
«Neste final de primeira volta, início de segunda, era fundamental conseguir duas vitórias. Hoje entrámos muito fortes e estivemos bem até ao golo. Depois da expulsão a equipa deixou de estar tão concentrada, pensou que o jogo ficasse mais fácil. Na primeira parte a Académica praticamente não criou perigo e nós tivemos varias oportunidades de baliza aberta. Tivemos o Carlos Martins e Salvio na cara do golo. Ao intervalo podíamos estar a ganhar por mais. Na segunda parte, a Académica criou-nos algumas dificuldades. Mas eu sabia que a equipa não ia estar tão fortes na segunda parte. Fizemos três jogos consecutivos, sempre com os mesmos jogadores. Tivemos algumas dificuldades para aqueles jogadores mais levezinhos fazerem a diferença. Mas jogámos o suficiente para levar de vencida a Académica.»
[Sobre a arbitragem] «Houve vários lances polémicos, mas o Benfica era a única equipa que merecia vencer e venceu. Aconteceram alguns problemas de critério de arbitragem que não põem em dúvida a vitória do Benfica.»
[Sobre a sequência de jogos depois da paragem do campeonato] «O Benfica não se pode queixar da paragem. Vínhamos num crescendo, começamos o ano com vitórias consecutivas, fomos vencendo. A paragem não fez mal nenhum, pelo contrário, tem dado cada vez mais confiança, para enfrentar esta segunda volta. Esta noite, o Benfica foi menos eficaz. Tivemos a bola do Carlos Martins e do Salvio que são 90 por cento de golo. Às vezes não há tanta eficácia, mas também não foi por aí. A equipa não foi tão fresca como nos outros jogos.»
Berger, defesa da Académica, comentou desta forma o desaire caseiro frente ao Benfica. Saviola marcou o único golo do encontro realizado no Estádio Cidade de Coimbra:
«Sofremos um golo e depois, com menos um jogador, foi mais difícil. Mesmo assim, tivemos várias oportunidades para fazer o golo. O Benfica é mais forte que, com onze jogadores, a Académica podia ganhar o jogo. Foi injusto, porque o Bischoff até atirou ao poste. Precisámos de mais tranquilidade nesses momentos. Não vi o lance da expulsão do Pape Sow, portanto não posso comentar. Demonstrámos a toda a gente que estamos fortes.»
Pedrinho, defesa da Académica, comentou desta forma o desaire caseiro frente ao Benfica. Saviola marcou o único golo do encontro realizado no Estádio Cidade de Coimbra:
«Foi um jogo difícil para nós, sobretudo depois do Benfica marcar um golo e ficar em superioridade numérica. Penso que fizemos uma grande segunda parte e podíamos ter chegado ao golo. Merecíamos mais um pouco, pela atitude e organização. Merecíamos um pouco mais de sorte no remate do Bischoff ao poste e naquele cruzamento do Sougou em que o Diogo chegou atrasado. O golo? Ainda não vi o lance, mas pareceu-me que o Saviola está em fora-de-jogo, até porque eu estava em linha com o Berger e o Bischoff. Ele estava à nossa frente.»
Diogo Gomes, médio da Académica, depois da derrota frente ao Benfica (0-1), na 16ª jornada da Liga, em declarações à SportTV:
«Foi um jogo complicado. A expulsão e o golo sofrido atrapalharam tudo. Mas estamos de parabéns pelo que trabalhámos e foi pena que não tenhamos conseguido o empate.»
[Série de maus resultados] «Estamos a treinar forte e bem, e vamos tentar melhorar ainda mais. Temos aí o jogo com o Olhanense, que queremos vencer.»
[Sobre o seu regresso ao onze] «Trabalho todos os dias para ser titular. Agora, quero manter esta regularidade para continuar na equipa.»
Briosos um a um
Peiser 6
Respondeu sempre bem, tanto em remates - alguns à queima-roupa - como em cruzamentos. É guardião para uns patamares acima.
Pedrinho 5
Dificuldades na primeira parte para segurar Gaitán, tendo também de suportar a avalancha Coentrão. Reagiu com esforço, abstraindo-se de atacar.
Berger 6
Frieza austríaca na abordagem aos lances, mas com um vigor bem latino, foi um dos melhores. É ele um dos responsáveis pela noite não de Saviola.
Pape Sow 1
Confundiu agressividade com violência e foi expulso, obrigando a equipa a jogar quase uma hora com menos um. Não se entende o descontrolo, porque até estava a jogar bem...
Hélder Cabral 5
Começou por dar nas vistas no ataque, tarefa de que cedo abdicou para (tentar) controlar Salvio. Alguns erros, sem causar mossa à equipa.
Diogo Melo 5
Foi útil na cobertura defensiva. Ajudou também na saída para o contragolpe, embora aí nem sempre tenha tomado as melhores decisões.
Diogo Gomes 6
Se jogar só com dez não se notou, isso deve-se em boa medida ao médio brasileiro. Agressivo e versátil, foi recuperador e também criador.
Bischoff 6
Recuperado por José Guilherme, que ontem lhe entregou a titularidade pela primeira vez na Liga, o médio ex-Arsenal foi um trabalhador e ainda teve lances de classe, como o tiro ao poste (68').
Sougou 5
Só na segunda parte conseguiu com maior frequência fugir a Coentrão. Num dos seus raides, Valente chegou atrasado por pouco...
Diogo Valente 6
Ágil, irreverente, com finta curta e cabeça levantada, foi ele a figura do ataque da Briosa. Isolou Miguel Fidalgo num lance genial e falhou o empate por pouco (68').
Miguel Fidalgo 4
Num dos seus movimentos à homem-golo, desmarcou-se bem e isolou-se, a passe de Valente, mas atirou contra o corpo de Roberto. Saiu por razões estratégicas.
Luiz Nunes 6
Um sem-número de desarmes e cortes na hora H.
Laionel 4
O herói da Luz não repetiu o feito.
Júnior Paraíba 4
Tentou investir pela direita, sem sucesso.
Lances-chave
10' Carlos Martins aquece o pé direito rematando de fora da área. A bola passa muito perto da barra.
14' Saviola aproveita o espaço concedido pelo adversário na direita e cruza para a cabeça de Fábio Coentrão, mas o lateral-esquerdo deslumbra-se e faz o mais difícil, rematando de cabeça por cima.
19' 0-1. Golo do Benfica!
Dupla falta e KO -A Académica levou um soco no estômago aos 19' e viu-se e desejou-se para voltar ao jogo. Na marcação de um livre cobrado com violência por Cardozo, Saviola, em fora-de-jogo, toca na bola com o braço e esta anicha-se no fundo das malhas de Peiser. Uma dupla falta que passou em claro a Elmano Santos e aos seus auxiliares, mas não aos jogadores da Académica, que a partir desse momento sentiram que a partida estava muito, muito mais complicada. Os anfitriões reagiram na parte final do desafio, mas os estragos já tinham sido feitos. O golo irregular de El Conejo acabou por limitar o desempenho dos jogadores da Académica, que tudo fizeram para conquistar pelo menos um ponto em condições muito adversas.
24' Fábio Coentrão rompe pela esquerda, cruza rasteiro, Cardozo chega ligeiramente atrasado e, Salvio, ao segundo poste e com a baliza completamente escancarada, acerta nos painéis publicitários...
27' Lance rápido da Académica: Rúben Amorim falha a intercepção, e Miguel Fidalgo aparece isolado, mas assusta-se com a dimensão de Roberto e permite a intervenção do guardião benfiquista.
29' Nova investida pela esquerda de Coentrão; Cardozo, em desequilíbrio, remata ao lado.
44' Carlos Martins e Cardozo fabricam um lance sensacional sobre a direita, e o internacional português, só com Peiser pela frente, tenta finalizá-lo com um chapéu, mas falha o alvo.
50' Fábio Coentrão dá um nó cego a Sougou e cruza para a área; Cardozo estica-se até ao limite e atira de cabeça por cima.
52' Saviola baila à frente de Hélder Cabral e cruza para a área: Gaitán tenta o desvio de cabeça, mas o remate é tão suave que Luiz Nunes sacode a bola da sua área sem dificuldades.
60' Diogo Valente aponta um canto tenso, Roberto sacode bem.
62' Após canto de Carlos Martins, Gaitán aproveita a sobra e remata, à entrada da área, por cima.
68' Lance rápido de Sougou sobre a direita - deixa para trás Coentrão e David Luiz - com cruzamento rasteiro, mas Diogo Valente não consegue fazer o desvio para a baliza de Roberto.
69' Bischoff aproveita uma desatenção da defesa do Benfica e, à entrada da área, atira ao poste.
73' Aimar bate um canto na esquerda, Luisão sobe e atira de cabeça, também ao poste.
77' Canto de Gaitán no lado direito, Aimar penteia a bola, e Luiz Nunes evita o golo.
90'+2' Na cobrança de um livre no meio-campo, Diogo Gomes coloca nas mãos de Roberto.
Minuto a minuto
90+3' Final da partida.
90+2' Livre lateral para a Académica ainda longe da baliza de Roberto. Peiser junta-se aos companheiros na área adversária. Do lance nada resulta.
90+1' CARTÃO VERMELHO para Fábio Coentrão, por acumulação de amarelos.
Vão-se jogar mais 3 minutos de compensação.
Os adeptos da casa tentam puxar pela Académica para um esforço final. José Guilherme manda subir a sua equipa.
87' SUBSTITUIÇÃO NO BENFICA. Sai Rúben Amorim para a entrada de Maxi Pereira.
83' Junior Paraíba liberta-se na direita e centra tenso para a pequena área, com a defesa do Benfica a resolver.
A Académica defende muito atrás e, mesmo em desvantagem no marcador, explora o contra ataque.
81' SUBSTITUIÇÃO NA ACADÉMICA. Sai Sougou e entra Júnior Paraíba.
81' SUBSTITUIÇÃO NO BENFICA. Javier Saviola dá o lugar a Franco Jara.
José Guilherme aposta no atleta que resolveu o jogo da primeira volta, no Estádio da Luz, com um golo já ao cair do pano.
76' SUBSTITUIÇÃO NA ACADÉMICA. Sai Diogo Valente para a entrada de Laionel.
73' Canto levantado por Aimar do lado esquerdo do ataque com Luisão, ao segundo poste, a cabecear ao ferro. No seguimento do lance, Cardozo dispara fraco e Peiser afasta sem dificuldades.
71' Livre indireto dentro da área, a favor do Benfica depois de um atraso de Diogo Gomes, com Peiser a agarrar a bola. Na cobrança, Cardozo dispara contra a barreira.
69' Bischoff recebe a bola em zona frontal, liberta-se de dois adversários e remata forte. A bola embate com estrondo no poste esquerdo de Roberto, cruza a linha de golo e sai pela linha final.
68' Sougou consegue ganhar a David Luiz na direita e sem oposição centra tenso. A bola cruza a área sem que ninguém consiga desviar
68' SUBSTITUIÇÃO NO BENFICA. Sai Carlos Martins para a entrada de Pablo Aimar.
66' Carlos Martins, depois de um bom lance individual, centra para a pequena área. Cardozo cabeceia mas a defesa academista corta em cima da linha.
61' Na sequência de um canto do lado direito do ataque encarnado, a bola é cortada para a entrada da área onde surge Gaitán a rematar muito por cima.
Mesmo reduzida a 10 elementos, a Académica procura explorar algum relaxamento do Benfica para tentar o empate.
59' Diogo Valente conduz a bola pelo centro do terreno e serve Diogo Gomes. O brasileiro tenta a meia distância, mas a bola é desviada pela defesa encarnada.
53' Saviola ganha a Hélder Cabral no lado direito e cruza para o interior da área, onde surge Gaitán em boa posição. O argentino cabeceia e a bola leva selo de golo, mas Luiz Nunes salva em cima da linha.
52' Na sequência de um livre lateral, Carlos Martins levanta ao poste mais distante. Luisão sem oposição não consegue desviar para o interior da área.
49' Coentrão "senta" Pedrinho junto à linha final e centra para o interior da área, onde surge Cardozo a cabecear por cima.
45' Começa a segunda parte. Sai o Benfica.
A claque da Mancha Negra exibe faixas alusivas à situação do Metro Mondego: "Os adeptos da Lousã e Miranda merecem um metro para apoiar a Briosa. Coimbra precisa de mais mobilidade. Portugal não é só Lisboa e Porto
As duas equipas sobem ao relvado sem alterações no onze.
É prestada homenagem a Tiago Alves, judoca da Associação Académica de Coimbra falecido em Julho do ano passado, com os seus pais a subirem ao relvado e a receberem um cartão de sócio da Académica. A homenagem termina com o aplauso geral vindo das bancadas do Estádio Cidade de Coimbra.
Com uma exibição dominadora, o Benfica vence, ao intervalo, a Académica por 1-0. A primeira parte fica ainda marcada pela expulsão do central senegalês Habib.
Intervalo
45+2' Termina a primeira parte.
45' Vão se jogar mais dois minutos na primeira parte.
43' Cardozo isola Carlos Martins, em excelente posição, o internacional português tenta o "chapéu" a Peiser, mas a bola sai por cima da baliza academista.
José Guilherme procura equilibrar a equipa táticamente, abdicando do único ponta de lança. As despesas atacantes ficam agora a cargo de Diogo Valente e Sougou.
39' SUBSTITUIÇÃO NA ACADÉMICA. Sai Miguel Fidalgo para a entrada de Luíz Nunes.
36' CARTÃO VERMELHO para Habib. Num lance aéreo com Cardozo, o central da Académica atinge o paraguaio no peito com o pé.
34' CARTÃO AMARELO para Fábio Coentrão. O internacional português tentou "cavar" o penalti.
31' Carlos Martins encontra Cardozo sozinho dentro da área da Académica, mas o avançado mais uma vez não consegue bater Peiser.
30' A Académica dispõe de um livre em zona frontal, mas na conversão Hélder Cabral atira contra a barreira.
29' CARTÃO AMARELO para David Luíz.
28' Mais uma vez Fábio Coentrão aparece dentro da área, atrasa para Cardozo, mas o paraguaio remata às malhas laterais da baliza de Peiser.
26' Diogo Valente trabalha bem no meio campo, isola Miguel Fidalgo, que na cara de Roberto não consegue empatar a partida.
23' Coentrão aparece com espaço no lado esquerdo do ataque encarnado, entra na área e faz um crzamento tenso para o segundo poste, onde aparece Salvio a falhar o segundo do Benfica.
O Benfica materializa com um golo o domínio verificado nestes 20 minutos iniciais.
18' GOLO DO BENFICA. Na conversão de um livre direto, Cardozo remata forte, a bola é desviada por Saviola e engana Peiser. Os jogadores da Académica ficam a pedir mão do argentino.
17' CARTÃO AMARELO para Bischoff.
14' Boa jogada coletiva do ataque benfiquista. Saviola recebe a bola na direita, já dentro da área, e cruza para o cabeceamento de Fábio Coentrão, que sai ligeiramente por cima da baliza da Académica.
12' Gaitán faz um bom passe para Cardozo, o paraguaio isolado foi lento e Hélder Cabral cortou para a linha final.
9' Carlos Martins, do meio da rua, disfere um pontapé fortíssimo que não passa longe da trave da baliza de Peiser.
8' Grande lance individual de Hélder Cabral, o lateral dá um nó cego em Salvio, cruza para o segundo poste, onde se encontrava Diogo Valente, mas o extremo já estava em posição irregular.
6' Pedrinho faz um cruzamento largo para o lado esquerdo, onde estava Diogo Valente, mas o extremo academista remata de primeira muito por cima da baliza de Roberto.
3' Salvio do lado direito do ataque benfiquista cruza para o interior da área, mas Peiser primeiro, e Pedrinho depois, aliviam o perigo da área da Briosa.
0' Início da partida. Sai a Académica.
A claque da Académica, Mancha Negra, exibe uma faixa de apoio à Briosa com a mensagem: "A formar homens desde 1887".
As três equipas sobem ao relvado, faltando poucos instantes para rolar a bola no Cidade de Coimbra.
MC M, artista de hip hop conimbricense, atuou no relvado do Estádio Cidade de Coimbra, interpretando o tema "Tudo Isto é Coimbra".
No outro jogo da noite, o Porto recebeu e venceu a Naval por 3-1, colocando pressão sobre os pupilos de Jorge Jesus.
Relativamente ao último onze que defrontou o Paços de Ferreira, José Guilherme promove duas alterações, saíndo Hugo Morais e Sissoko para a entrade de Diogo Gomes e Bischoff.
A visita do atual campeão nacional trouxe muito público ao Estádio Cidade de Coimbra, naquela que será com certeza a melhor assistência da temporada, até ao momento.
Árbitro
Árbitro: Elmano Santos (AF Madeira) - nota 0
Golo irregular e um penálti por assinalar - Num encontro marcado por diversos erros do trio de arbitragem, o Tribunal de O JOGO é unânime em condenar Elmano Santos no lance do único golo do jogo, por fora-de-jogo de Saviola. O trio também considera que havia motivo para a marcação de um penálti a favor do Benfica por mão de Bischoff dentro da área, sendo que Jorge Coroado e Pedro Henriques ainda descortinam mais um penálti não assinalado sobre Coentrão.
Momento mais complicado
19' No golo apontado pelo Benfica, existe alguma irregularidade no envolvimento de Saviola no lance?
Jorge Coroado -
Saviola, no momento da execução do livre, já estava bem adiantado relativamente aos penúltimos defensores. Porque a regra na Madeira deve ser diferente, o assistente Sérgio Serrão não descobriu o fora-de-jogo e validou um golo irregular, dando azo a uma advertência por protestos por ele fomentados.
Pedro Henriques -
Existe um fora-de-jogo no lance do golo do Benfica. No momento em que a bola parte da execução do livre, Saviola está adiantado em relação ao penúltimo defensor e a bola, ao tocar nele, faz com que o avançado encarnado tome parte activa do jogo. Golo mal validado.
Paulo Paraty -
O golo não devia ter sido validado, pois Saviola encontra-se em posição de fora-de-jogo no momento em que o livre é batido por Cardozo. O facto de a bola lhe bater no braço parece-me perfeitamente acidental.
Outros casos
34' Coentrão choca com Diogo Melo na área da Académica. Houve grande penalidade?
35' Justifica-se a exibição de cartão vermelho directo a Sow pela entrada sobre Cardozo?
70' Peiser agarra uma bola vinda de um companheiro. Justifica-se o livre indirecto assinalado?
75' O cruzamento de Salvio é cortado pelo braço de Bischoff dentro da área. Há motivo para penálti?
Jorge Coroado
- Fábio Coentrão foi tocado na perna pelo joelho do adversário. O penálti existiu, e não havia razão para a advertência efectuada ao jogador encarnado.
+ Decisão acertada. Sow teve conduta violenta projectando o pé em direcção ao peito de Cardozo.
+ Luiz Nunes, a quem a bola foi endossada, deixou que esta passasse na direcção de Peiser. Este não podia segurá-la com as mãos. Livre bem marcado.
- Bischoff estendeu o braço direito objectivamente na direcção da bola. A grande penalidade existiu, só o árbitro é que não a viu.
Pedro Henriques
- Lance de difícil análise pela forma como Coentrão cai no chão. Porém, com recurso às repetições vê-se que existe um toque que acaba por derrubá-lo.
+ Sow é correctamente expulso por falta grosseira, ou seja, usou de força excessiva e brutalidade sobre Cardozo na disputa da bola.
+ Peiser tocou na bola com as mãos depois de esta ter sido pontapeada deliberadamente para ele por um colega de equipa.
- Bischoff tocou a bola com a mão, dentro da sua área, de forma deliberada. A infracção era passível de grande penalidade.
Paulo Paraty
+ Lance muito difícil de avaliar. Há de facto contacto, mas não se consegue avaliar se é Coentrão que o promove ou não. Dou o benefício da dúvida ao árbitro.
+ Decisão correcta. Sow foi protagonista de uma acção grave e não restava outra solução a Elmano Santos.
+ A bola é deliberadamente passada para trás. Ela chega ao guardião, sem intervenção de mais ninguém, e este joga-a com a mão. Aceito a decisão.
- Havia razão para a marcação de grande penalidade. No mínimo, Bischoff usa o braço para criar volume.
Apreciação global
Jorge Coroado
Actuação à medida do árbitro e da equipa de arbitragem, o que equivale a dizer cumprida de forma pouco rigorosa
Pedro Henriques
Um jogo intenso, com diversas ocorrências e situações de difícil análise, onde a equipa de arbitragem nem sempre acertou nas suas tomadas de decisão
Paulo Paraty
Foi um jogo ingrato, com alguns lances de avaliação difícil para a equipa de arbitragem. Falhou alguns importantes, mas não beneficiou dos mesmos meios que eu para avaliar cada caso.
Sem comentários:
Enviar um comentário