Mais de quatro horas depois do início da Assembleia Geral (AG), chegou, finalmente, a hora de José Eduardo Simões falar. O presidente da Académica, que além do processo de condenação de que foi alvo, viu-se, esta noite, a contas com uma moção de censura aprovada na AG, não pestanejou na hora de clamar inocência.
- Um inocente pode ser condenado e muitos culpados podem ser absolvidos. Ninguém sabe o que eu fiz ou não fiz. Nem quem investigou nem quem julgou, só eu sei. Estou aqui de cara completamente lavada, com orgulho. Esta condenação de que fui alvo é uma injustiça. Moção de censura? Vamos fazer as ponderações habituais face à vontade dos sócios. Não só os que votaram nesta moção como a de todos os outros que não estiveram aqui presentes.
O discurso de Simões estava a ser proferido debaixo de um silêncio sepulcral até que, de repente, algumas dezenas de sócios abandonaram o auditório do Estádio Cidade de Coimbra.
«Se alguém nesta sala fosse investigado como eu fui, tenho as mais sérias dúvidas de que fossem muitos os que escapariam a uma condenação…», afirmou José Eduardo Simões.
Já à margem dos trabalhos da reunião magna, Alfredo Castanheira Neves, presidente da Mesa da Assembleia Geral, teceu alguns considerandos sobre a participação dos sócios na importante reunião desta noite.
«Foi mais uma prova de que a Académica está bem viva, os sócios estão muito interessados na vida do clube. É uma instituição de sócios onde os valores matriciais voltaram a ser projetados. Os sócios entenderam votar a favor da moção de censura contra o presidente em exercício. O senhor presidente da Direção anunciou que vai refletir, tal como eu o farei. Vamos aguardar..., concluiu.
in abola
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