O anúncio sobre a demissão em bloco da direção da Académica aconteceu no início da semana, mas até agora não há qualquer candidato oficial ao lugar que nos últimos 12 anos pertenceu a José Eduardo Simões.
As razões para este impasse são simples de entender e prendem-se, em grande parte, pela ausência de certezas em relação ao futuro. Em condições normais, este seria um posto bastante cobiçado, até porque nos últimos anos a oposição à direção que agora se demitiu foi crescendo, fazendo com que surgissem várias facções dispostas a destronar Simões. Mas, na verdade, todos têm o mesmo receio: que Académica será esta após a descida de divisão? E qual a situação financeira do clube, depois de tantos anos de dificuldades na 1.ª Liga?
Mesmo assim, ninguém acredita que não apareçam alternativas a Simões. O nome mais falado é o de Nuno Oliveira. Candidato derrotado em 2014, por apenas 15 votos, continuou a ser uma voz ativa no dia-a-dia da Briosa, conseguindo manter enorme apoio de uma boa parte dos sócios da Académica. Tal como já disse a Record, está neste momento "em reflexão", "sensível à onda de apoio dos mais diversos quadrantes" do clube, mas a tentar "reunir um conjunto de condições de índole financeira" para poder avançar.
Também João Vasco Ribeiro tem uma palavra a dizer neste momento delicado, depois de ter estado em destaque há cerca de meio ano, quando liderou um movimento autointitulado "A Académica tem futuro", que requereu uma Assembleia-Geral para destituição imediata dos órgãos sociais do clube. Na altura prometeu estar na linha da frente quando Simões desse a palavra aos sócios, não tendo havido, até ao momento, qualquer indicação sobre se quererá, agora, sujeitar-se ao julgamento dos sócios.
Com as eleições marcadas para dia 11 de junho, a Assembleia-Geral extraordinária da próxima quinta-feira pode decisiva para se perceber quem partirá da "pole-position" para esta corrida.
Despedida com vários ausentes
São vários os jogadores em dúvida para o último jogo do campeonato, marcado para sábado (19h30), em Tondela. Para a despedida, o técnico Filipe Gouveia, que termina contrato com os estudantes, não deverá poder contar com Obiora, Emídio Rafael e Ivanildo, que já tinham falhado os últimos jogos, devido a lesão, mas também com o guardião Lee (rotura parcial do ligamento medial do joelho) e Rafael Lopes (Luxação do ombro esquerdo), que também estão entregues ao departamento médico.
Sublinhe-se, a propósito, que o jogo em Tondela pode também ser a despedida de muitos dos jogadores do atual plantel, uma vez que a queda na 2.ª Liga obrigará a uma enorme restruturação no balneáro dos estudantes.
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