18 de outubro de 2009

Villas Boas em dia de aniversário: «Sem tempo para projectos»

Quatro dias depois de ter chegado, André Villas Boas já nota diferenças na Académica. O tempo é escasso e não deu, como é natural, para moldar totalmente a equipa mas o jovem técnico garante que o plantel aceitou bem os seus métodos e está a corresponder de forma positiva.
«As sensações ao longo da semana foram muito boas, a resposta está a ser bastante positiva. Houve mudanças em termos metodológicos e senti uma boa reacção àquilo que foi introduzido. Este jogo [frente ao Portimonense, para a Taça de Portugal] servirá também para tirar mais algumas conclusões, nomeadamente sobre a forma como passamos as ideias trabalhadas em campo para uma situação de jogo», analisa o sucessor de Rogério Gonçalves.
O aspecto em que encontra mais mudanças é o do espírito do plantel e isso deve-se «quer à aceitação dos novos métodos», quer «aos efeitos da chicotada psicológica». «Há uma vontade natural da parte dos atletas em se mostrarem ao treinador, mas há mais do que isso», acrescenta o técnico.
Para o encontro com os algarvios, «a obrigação é vencer», como em todos os jogos da Académica, perante uma equipa competente: «É um jogo difícil, atendendo ao adversário, que é agressivo, rápido e objectivo nas transições. É uma equipa muito bem organizada e definida nos seus princípios. Mas nós preparámo-nos com cuidado, também temos os nossos princípios definidos e sabemos o que queremos fazer nas diversas fases de jogo. Não nos vamos adaptar ou fazer ajustes em função do adversário. Vamos entrar para impor o nosso jogo.»
«No futebol português, não há tempo para projectos»
Ciente da margem curta que um técnico costuma ter no nosso país, André Villas Boas sabe que o pouco tempo que leva de trabalho na Académica não dará para mostrar grandes mudanças na forma de jogar da equipa. «No futebol português, não há tempo para projectos. A duração de um treinador é curta e se isso não se consegue em vários meses, também não se pode transformar um plantel em três ou quatro dias. Só se consegue ter sucesso com os hábitos em treino e esses advêm da qualidade do trabalho, mas cabe aos jogadores aplicá-los nos jogos. Por isso, não será uma Académica à André Villas Boas, mas uma equipa com algumas preocupações e nuances que tentámos implementar.»
De qualquer forma, o jovem técnico, em dia de aniversário - completou 32 anos - expressou a vontade de poder ficar «vários anos» na Briosa para além dos dois contemplados pelo contrato que assinou, numa perspectiva realista: «A minha carreira poderá ser curta ou longa em função do sucesso que tiver na Académica. Isto tendo em conta a forma como se anda a ¿comer¿ alguns treinadores...»

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