1 de novembro de 2009

«É um jogo importante mas não decisivo» - Emídio Rafael

O facto de ter sido o único reforço contratado para a defesa, ainda por cima tratando-se de um jogador que nunca tinha actuado na Liga ¿ chegou do Portimonense, da Liga de Honra -, fazia antever um caminho difícil para Emídio Rafael na Académica. O jovem lateral-esquerdo, formado no Sporting, demorou algum tempo a conseguir chegar à titularidade, mas quando completou o processo de adaptação à equipa e a um campeonato diferente, assumiu o lugar e manteve-o com André Villas Boas.

«Tenho uma máxima que é: se não der tudo, então não dei nada. Alguns jogos correm melhor que outros, mas ao menos tenho de sair com a consciência de que fiz tudo o que podia», revela o esquerdino, confesso admirador de Roberto Carlos, que não dá, todavia, a titularidade como um dado adquirido: «É preciso conquistá-la todos os dias. Se dissesse que já me sentia dono do lugar, era uma falta de respeito para com o colega de posição e o treinador. Nada está conquistado. Todos os dias partimos do zero e temos de trabalhar para isso.»
Diplomata quanto baste mas sem esconder o desejo de singrar nesta nova etapa da sua carreira, Emídio Rafael admite ter feito um bom jogo no Dragão, esperando fazer outros «ainda melhores». «Sinto-me muito mais confiante, os primeiros tempos foram de adaptação e considero que tenho subido bastante de rendimento, devido ao meu trabalho, ao da equipa técnica e dos colegas, pois todos puxamos para o mesmo lado.»
Mesmo com uma mudança de treinador, o ex-Portimonense conseguiu manter-se entre as opções, algo que explica também pelo facto de já ter completado o processo de adaptação quando Villas Boas chegou a Coimbra. «Uma mudança técnica é sempre difícil. Com anterior já haveria uma equipa-tipo, digamos assim, agora temos de partir de novo, eu e os meus colegas mas é mais fácil quando a adaptação já foi conseguida. Diferenças entre eles? Os métodos, como acontece com todos. Penso que temos um bom treinador, que define bem os objectivos e se faz entender.»

As diferenças em relação à Liga de Honra são evidentes no entender do defesa. «É um futebol mais trabalhado e pensado. A segunda divisão é muito competitiva e privilegia-se bastante o contacto físico. As partidas não são tão bem jogadas e estudas. Penso que existe diferença na qualidade de jogo e dos jogadores, claro. O jogo em si, na primeira divisão, será mais pensado e haverá ainda nuances em termos de estratégia e maneira de abordar o jogo.»
Guimarães importante mas não decisivo
No horizonte dos estudantes está já o V. Guimarães, num jogo marcado para a próxima segunda-feira. «É sempre um jogo difícil, pois trata-se de uma equipa forte, mas nós também o somos, estamos motivados, confiantes, e, acima de tudo queremos vencer. Se puder ser jogando bem, óptimo», revela.
Numa altura em que a distância da Briosa para os lugares a salvo da despromoção já é de quatro pontos, cada jogo é visto como uma oportunidade de sair do último lugar da classificação, embora para Emídio Rafael não esteja em causa ainda um jogo decisivo: «É importante mas não decisivo porque andamos à procura de uma vitória e estamos todos imbuídos nesse espírito para vencer. É o natural que o Guimarães também venha à procura dos três pontos mas o que interessa somos nós e penso que temos qualidade para estar acima na tabela.»

Sem comentários:

Enviar um comentário