Domingos Paciência fez obra em Coimbra. Chegou em Setembro de 2007, para substituir Manuel Machado, depois de um falso arranque da equipa, segurou as pontas e terminou dentro dos objectivos da equipa, no 12º lugar. Mas na época seguinte, depois de uma primeira volta curiosamente semelhante à actual - muitas vitórias em casa mas incapacidade notória em conseguir o mesmo fora de portas -, o jovem técnico levou os estudantes à melhor classificação dos últimos 25 anos, um sétimo lugar.
Ganhou, por isso, o respeito e admiração dos dirigentes e adeptos do clube, que o receberão naturalmente de braços abertos, num sentimento partilhado pelo agora treinador do Sp. Braga, por certo bem recordado dos momentos felizes passados na cidade do Mondego, não só pelo lugar obtido na tabela como pelos bons resultados com os grandes, nomeadamente o Benfica - duas vitórias consecutivas na Luz - ou o Sporting.
Os abraços vão terminar, todavia, quando a bola começar a rolar no relvado. Em jogo estará mais um teste à capacidade de manter o primeiro lugar dos arsenalistas, sempre com o bafo da águia nas costas, à espera do deslize dos guerreiros do Minho. E sem menosprezo para as provas anteriores dos comandados de Domingos Paciência, esta será de elevado grau de dificuldade.
Teste à invencibilidade caseira dos estudantes
Com a chegada de André Villas Boas a equipa reencontrou-se, as exibições e resultados passaram a ser consentâneas com o valor do plantel, e, tudo somado, não se regista uma derrota em Coimbra desde a última, com o Marítimo, em Outubro, que ditou a saída de Rogério Gonçalves. Para a Liga, então, o balanço entre portas é cem por cento vitorioso, frente aos dois Vitórias, Leixões e Naval. Adversários mais ou menos directos, a quem os estudantes venceram, «como era obrigação», segundo o antigo adjunto de Mourinho.
Agora, depois de passar no primeiro desafio a essa invencibilidade, frente ao F.C. Porto para a Taça da Liga (0-0), segue-se mais um adversário à altura. O técnico pediu uma vitória com um grande, englobando o Sp. Braga nesse lote, falta saber como reagirão os jogadores, numa semana com um jogo a meio, que condicionou a preparação, além do mau estado dos relvados, durante os treinos e para o jogo deste domingo. Algo que, de resto, se aplica a ambas as equipas.
Na época passada, a Briosa foi um espinho atravessado na garganta de Jorge Jesus, que, em ambos os jogos, lamentou o empate a uma bola. Em Coimbra, aliás, até se queixou da forma como os estudantes jogaram, asseverando que apenas uma equipa, a sua, jogou para ganhar o encontro. Domingos, pragmático, respondeu-lhe: cada um luta com as armas que tem.
Equipas prováveis
ACADÉMICA: Rui Nereu; Pedrinho, Berger, Orlando e Emídio Rafael; Nuno Coelho, Cris e Tiero; Sougou, Licá e Lito.
Outros convocados: Barroca, Pedro Costa, Amoreirinha, Hélder Cabral, Paulo Sérgio, Diogo Gomes, João Ribeiro e Miguel Fidalgo.
SP. BRAGA: Eduardo; Miguel Garcia, Moisés, Leone e Evaldo; Vandinho, Mossoró e Hugo Viana; Alan, Meyong e Paulo César.
Outros convocados: Pavel Kieszek, Filipe Oliveira, Paulão, Rafael Bastos, Peña, Matheus, Osvaldo e Adriano.
Sem comentários:
Enviar um comentário