1 de fevereiro de 2010

2009/10 - 17J - Paços Ferreira 2-1Académica: Crónica

O bloqueio só foi quebrado nos instantes finais. Ricardo e Romeu Torres marcaram de cabeça os golos do Paços e perpetraram uma reviravolta surpreendente na partida. A Académica teve sempre o jogo controlado e soçobrou ridiculamente no derradeiro suspiro da peleja. Os castores venceram pela segunda vez em casa, a Académica segue sem festejar longe de Coimbra.

De cábula na mão e a matéria na ponta da língua, os estudantes até estiveram bem perto da vitória. Baixaram demasiado as linhas na fase derradeira e sofreram dois golos, demasiado penalizadores para aquilo que foi o argumento deste encontro.

Na Mata Real vimos dois conjuntos amarrados, tensos e atrofiados nas transições ofensivas. Pouco futebol, poucos lances bem construídos, muita vontade e uma ineficácia brutal dos dois ataques. Ninguém soube criar espaços, ninguém teve a arte e o talento de se opor ao tal bloqueio de que falamos na primeira frase da crónica.

A Académica adiantou-se no marcador no início da segunda parte, num lance de bola parada concluído por Markus Berger, e o Paços só teve alma para dar a volta mesmo em cima do último apito.

Um jogo chato e previsível

Sem fluidez, sem capacidade para desequilibrarem, as duas equipas preocuparam-se essencialmente em não cometer erros. A maior dose de culpa vai, obviamente, para o Paços que jogava em casa e continua a ter dificuldades em satisfazer os adeptos. Ulisses tem um bom ponta-de-lança (William), um homem que trata a bola por tu (Livramento) e um menino que vai ser muito importante nesta segunda fase da Liga (Pizzi). Mas não conseguiu ainda sossegar as emoções do plantel.

A Académica, mais robusta, geriu bem o resultado durante grande parte do tempo, tentando aproveitar, sobretudo, a velocidade de João Ribeiro e Sougou. Viu-se a vencer quase sem querer, numa finalização acidental de Berger, e depois disso extrapolou a muralha em redor da baliza de Rui Nereu.

Na última vaga de assaltos, o Paços logrou atingir o que poucos esperavam: dois golos. Ambos saídos de cruzamentos de Baiano na direita e concluídos de cabeça. Duas jogadas que disfarçam, se assim se pode dizer, as muitas limitações e inibições destes castores.

Num jogo lacrado e indigno do rótulo de espectáculo, a Académica pagou bem caro o desconforto sentido perante a pressão arfante do adversário. E perdeu.

Uma arbitragem quase perfeita

Apesar do muito contacto físico, das faltas sem sim e dos choques sem fim, o árbitro Bruno Esteves foi muito provavelmente o melhor em campo. Numa altura tão conturbada da arbitragem e do próprio futebol português, vale a pena este elogio.

A única nódoa que poderá manchar o seu trabalho poderá ser a jogada que antecede o primeiro golo do Paços. No estádio fica a sensação que Ricardo se apoia em Rui Nereu antes de cabecear. Mas a análise é, de qualquer forma, muito complicada.

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A Académica perdeu hoje na deslocação a Paços de Ferreira por 2-1, numa partida cujo resultado ficou definido a favor da equipa da casa somente nos últimos segundos.

Foi, de facto, um encontro inglório para os "estudantes". André Villas Boas pretendia conquistar a sua primeira vitória fora no campeonato e a verdade é que esteve bem perto de o conseguir... Pelo menos, a cinco minutos do fim a Académica estava em vantagem mas foi a partir daí que as esperanças conimbricenses se desmoronaram.

Mas vamos por partes. Depois de uns primeiros 45 minutos bastante equilibrados, onde as duas equipas pouco ou nada fizeram para chegar ao golo, caberia à Briosa inaugurar a contagem logo após o intervalo. Emídio Rafael bateu um livre para a área e Markus Berger, nas alturas, cabeceou a contar para a baliza de Cássio.

A alegria tomava conta da bancada onde os adeptos dos "estudantes" se encontravam e a ambicionada vitória fora estaria perto de se tornar uma realidade, mas mais uma vez, tal como aconteceu em Leiria, a Académica viu os três pontos fugirem nos últimos instantes.




Aos 86 minutos, Baiano cruzou da direita e Ricardo apoiou-se em Nuno Coelho para saltar mais alto que o médio da Briosa e assim empatar a partida. O árbitro Bruno Esteves entendeu o lance como legal e assim os castores festejavam uma igualdade que já poucos esperavam, tal a segurança defensiva que a Académica ia mostrando.

Mas foi então quando já todos esperavam a igualdade que a turma de Ulisses Morais iria chegar ao golo da vitória. Novamente Baiano a cruzar e Romeu Ribeiro, nas costas dos centrais, a desviar a bola de Rui Nereu e a marcar o tento que daria os três pontos ao Paços.

O jogo terminaria segundos depois e a Académica, que tão perto esteve do triunfo, acabou por sair da Mata Real com uma derrota injusta.

Na próxima jornada, os "estudantes" viajam até Alvalade para defrontar o Sporting.

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