21 de fevereiro de 2010

Villas Boas espera tiro pela culatra do Belenenses

André Villas Boas é um técnico muito atento àquilo que dizem os adversários nos dias anteriores a defrontarem a Académica. Já não é a primeira vez que o treinador dos estudantes demonstra ter a «lição bem estudada» e, desta vez, em vésperas de defrontar o Belenenses no Restelo, o antigo adjunto de Mourinho quer capitalizar a favor da sua equipa os discursos das hostes azuis que têm, segundo ele, atribuído um carácter decisivo à partida.

«O Belenenses foi sempre transmitido mensagens durante a semana no sentido de esta ser uma última oportunidade. Se é a estratégia correcta, não cabe a nós avaliar. Registamos a mesma ansiedade que registámos no jogo com Sporting [vitória em Alvalade, por 2-1]. Tanto querer pode fazer com que o tiro saia pela culatra. Na minha óptica, não é um jogo assim tão decisivo para o Belenenses, mas se é assim que o entende, mais níveis de ansiedade terão. É preciso não esquecer que não basta ganhar à Académica para conseguirem a manutenção, têm de provar regularidade, tal como nós», argumenta o jovem técnico.

A Académica tem vindo a melhor nos jogos fora, grande pecha esta época, e, por isso, independentemente de se tratar de um jogo frente ao último classificado, só há um pensamento na cabeça dos jogadores: «A nossa predisposição mental é sempre para ganhar. Temos de fazer a gestão destas mensagens de ansiedade que não facilitam nada, mas montaremos a nossa estratégia em função disso»

Sem Tiero mas com Bibi

André Villas Boas não esconde que a ausência de Tiero pode condicionar a equipa mas acredita que as boas indicações dadas por alguns elementos do plantel na Taça da Liga poderão servir para minimizar a falta: «É obvio que é jogador importante e influente. A sua ausência pode ter peso no rendimento da equipa mas temos jogadores prontos a responder. Esperemos que o nosso colectivo possa ser suficiente para colmatar ausência dele. Temos gente que tem estado a bom nível.»

Se uns estão indisponíveis, há quem venha aumentar o lote de alternativas, como é o caso do búlgaro Bibishkov, cujo certificado internacional já chegou a Portugal. Villas Boas relevou que o jogador «é opção» para o encontro de domingo, confirmando que irá, no mínimo, convocá-lo pela primeira vez até porque Miguel Fidalgo e Éder, outras soluções para o lugar, continuam em recuperação, sobrando apenas Vouho.

A terminar, o treinador abordou a questão do objectivo traçado pelo clube no início da época, que passava por igualar ou até superar o sétimo lugar da última época. «Não é impossível lá chegar mas o nosso percurso tem ficado mais difícil devido a falhas em certos detalhes. Isso faz a diferença. Ainda é atingível mas não vale a pena sonhar quando colectivamente estamos bem e, depois, em termos individuais, tem havido falhas de concentração, apesar de trabalharmos muito esses aspectos», defende, calculando que a equipa podia ter mais cinco pontos

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