O Benfica continua a quebrar recordes de assistência por onde vai jogando pelo país fora, numa onda vermelha que se chega este domingo a Coimbra onde a Académica, para não variar, espera a assistência da época, perto do máximo comportável pelo estádio, à volta dos 30 mil espectadores. A receita - fala-se em 900 mil euros - , cobre quase um terço do orçamento anual dos estudantes e deverá ser superior à venda de qualquer jogador que o clube possa fazer nos próximos tempos. Só daqui se compreende a importância, muito para além das quatro linhas, que esta partida terá para a Briosa.
Já no plano desportivo, o resumo faz-se rapidamente: os da Luz querem pontos para cimentar a qualidade de líderes e ficar mais próximos de assegurar o título, os de Coimbra também os cobiçam porque a manutenção ainda não está selada pelas contas da matemática. O conflito de interesses, de acordo com a projecção de André Villas Boas, será dirimido mais no plano emocional do que pela vertente táctica, provavelmente com melhores garantias de espectáculo. O público agradece, até porque o jovem técnico não é de usar autocarros, preferindo privilegiar a posse e circulação de bola.
O exemplo mais concreto foi a postura da equipa na Luz, onde acabou por pagar caro pelo atrevimento, saindo do jogo vergada a um 4-0 que o antigo adjunto de Mourinho rejeitaria, no final da partida, classificar como goleada justamente para destacar a forma como os estudantes se apresentaram em campo. Mas, apesar de se confessar um fã do futebol dos encarnados, alguém acredita que Villas Boas irá cometer os mesmos erros agora em Coimbra?
Ao Benfica, basta mais duas vitórias e um empate, a quatro jogos do final do Campeonato, para celebrar esse título de campeão, isso partindo do princípio de que o Sp. Braga não irá facilitar. Este domingo, seja qual for o resultado dos bracarenses frente ao Leixões (um jogo, por outros motivos, que também interessa à Académica), ainda nada ficará decidido mas, em caso de vitória, a festa pode acontecer já para a semana.
O terreno não poderia ser mais favorável aos encarnados, que não perdem em Coimbra há 36 anos e chegam com uma embalagem de oito jornadas consecutivas sempre a ganhar - o único tropeção (1-1) na segunda volta aconteceu em Setúbal. Do lado dos conimbricenses, o panorama é diametralmente oposto, com seis jogos seguidos sem vitórias, o pior ciclo de André Villas Boas e o segundo mais negro da temporada, que resultou no despedimento de Rogério Gonçalves.
Para a Briosa, a derrota do Olhanense com o Marítimo ajudou, mas os cinco pontos de vantagem sobre o Leixões, primeira equipa abaixo da linha-de-água, não permitem ainda descansar, ainda por cima quando, na próxima jornada, está agendada uma escaldante deslocação justamente a Matosinhos.
Sem Luisão e com Cordozo e Saviola em dúvida
Sem Luisão, devido a castigo, Jorge Jesus deverá apostar em Sidnei para fazer dupla com David Luiz no centro da defesa. Na frente, há mais dúvidas, pois só neste domingo se saberá se Cardozo e Saviola estão em condições de alinhar.
Do lado da Académica também há baixas, nomeadamente o capitão Orlando. Vai jogar, por isso, Luiz Nunes que, com André Villas Boas, por mera coincidência entenda-se, só tem sido utilizado em casa diante dos chamados grandes. Regressou diante do F. C. Porto, depois de prolongada ausência, e não mais foi utilizado até este domingo, para enfrentar o Benfica.
Equipas prováveis:
ACADÉMICA: Rui Nereu; Pedrinho, Luiz Nunes, Berger e Emídio Rafael; Nuno Coelho, Tiero e Diogo Gomes; Sougou, Éder e João Ribeiro.
Suplentes: Ricardo, Pedro Costa, Amoreirinha, Bru, Cris, Lito, Miguel Fidalgo e Vouho.
BENFICA: Quim; Maxi Pereira, Sidnei, David Luiz e Fábio Coentrão; Javi Garcia; Ramires, Carlos Martins e Di Maria; Aimar e Kardec.
Suplentes: a lista de convocados será divulgada apenas este domingo.
Convocados do Benfica:
- Guarda-redes: Quim e Moreira;
- Defesas: Maxi Pereira, Luís Filipe, David Luiz, Sidnei e Miguel Vítor;
- Médios: Airton, Javi Garcia, Ruben Amorim, Ramires, Aimar, Carlos Martins, Fábio Coentrão e Di María;
- Avançados: Saviola, Cardozo, Weldon, Nuno Gomes, Alan Kardec e Éder Luís.
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