André Villas Boas lamenta o facto de se terem fechado para si as portas de Alvalade. O jovem técnico da Académica pensa até que, na próxima época, não irá treinar um grande, algo que gostaria, como qualquer treinador. Pelo meio, explica por que utilizou o termo «palhaçada» quando o confrontaram com o interesse do Sporting e, intransigente na defesa do seu clube, considera que a equipa está a ser vítima de toda efervescência criada à volta deste caso.
«A única crítica que me podem fazer está na palavra utilizada, que é forte, se calhar do Norte, onde fui criado, e me saiu naturalmente. Agora parece que essa palavra é mais grave do que se falar em especulação jornalista. Não prejudicou o meu trabalho, mau era. O sonho de qualquer treinador é chegar a um grande. Parece óbvio que no Sporting não terei hipótese, com muita pena minha. Mas não fui só eu a colocar as coisas em cheque, também o Sporting o fez. Só o termo palhaçada é que é colocado em causa? Falar em especulação não é grave também? Parecia um dado consumado mas não pelas partes. Uma defendeu-se com um termo forte, a outra através de um comunicado à CMVM, e não houve problemas», atira.
Para Villas Boas, ter reagido da forma como o fez, colocou-o agora na mira dos jornalistas: «Este que falou em palhaçada tem agora o mundo contra si, esquece-se o que Académica fez, agora é uma equipa que já não ganha, etc. Esta Académica é criticada por eu ter usado uma palavra forte. Penso que é um tratamento injusto. Aceito a crítica, foi uma palavra forte, sem dúvida, mas serei sempre intransigente ao máximo na defesa dos interesses do clube.»
Em relação ao possível interesse de outros clubes, com o F.C. Porto, o técnico voltou a escolher outra palavra cénica: «Isso é uma fantochada.»
Em Setúbal para «arrumar» com a manutenção
O próximo encontro da Briosa é em Setúbal, diante de um concorrente directo e com a vantagem de saber os resultados dos adversários. «Quem ganhar fica praticamente com a manutenção garantida. Olhamos para este jogo como uma partida importante e percebemos que estamos a pequeno passo do objectivo. A distância pontual permite preparar o jogo sabendo que podemos arrumar as coisas de vez. É nosso compromisso.»
Apesar de os estudantes estarem há cinco jogos sem vitórias, Villas Boas considera que é preciso fazer uma análise mais abrangente dos últimos jogos, porque a equipa tem estado bem. «Estamos em fase em que os resultados não têm aparecido mas isso é uma visão resultadista. Não é um drama. Não estamos desiludidos porque sabemos que temos estado a nível muito bom. Com a U. Leiria tivemos muitas oportunidades, com o V. Guimarães e o F.C. Porto perdemos nos últimos minutos, e, na Madeira, empatámos onde muita gente perde. Não perdemos qualidades», assevera o técnico, apontando o facto de a equipa ter os maiores índices de posse de bola a seguir aos grandes como argumento.
Do adversário, diz que joga um «futebol directo e agressivo», pelo que a partida será um «grande desafio às capacidades» da Briosa, que não poderá contar nesse encontro com Bibishkov e Ricardo, enquanto Bruno Amaro, apesar de se considerar apto, continua sob vigilância médica.
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