16 de agosto de 2010

2010/11 - 01J - Benfica 1 - 2 Académica: Briosa silencia estádio da luz!

Benfica - Académica, 1-2
Estádio da Luz, em Lisboa.
15-08-2010 - 20:15- SPTV


Benfica: Roberto, Maxi Pereira (Carlos Martins, 65), David Luiz, Sidnei, Fábio Coentrão, Javi Garcia, Ruben Amorim, César Peixoto (Jara, 46), Pablo Aimar (Weldon, 85), Saviola e Cardozo.

Suplentes: Júlio César,  Felipe Menezes, Roderick, Airton.
Treinador: Jorge Jesus

Académica: Peiser, Pedrinho, Orlando, Berger, Addy, Nuno Coelho, Diogo Gomes, Diogo Melo, Diogo Valente (Pedro Costa, 55), Sougou (Júnior Paraíba, 90) e Miguel Fidalgo (Laionel, 56).

Suplentes: Ricardo, Hugo Morais, Sissoko, Pape Sow
Treinador: Jorge Costa

Ao intervalo, 0-1

Marcadores: 0-1, Miguel Fidalgo, 26'; 1-1, Jara, 62.; 1-2, Laionel, 90+3'

Árbitro: Cosme Machado (Braga).

Acção disciplinar:

cartão amarelo para Sougou (30), Cesar Peixoto (45), Nuno Coelho (49), Addy (49 e 50), David Luiz (55), Aimar (67), Ruben Amorim (73) e Peiser (79).

Cartão vermelho por acumulação de amarelos para Addy (50) 

Assistência: 48 905

Crónica

O Benfica começou da pior maneira a defesa do título de campeão nacional com uma derrota no Estádio da Luz, diante da Académica (1-2). Tal como na última época, em que empatou com o Marítimo na primeira jornada, os encarnados cederam os primeiros pontos em casa no arranque da Liga. Miguel Fidalgo inaugurou o marcador e, já com a Académica reduzida a dez unidades, devido à expulsão de Addy, Jara anulou a primeira desvantagem. Laionel ditou o triunfo com um golo já nos descontos.

Jorge Jesus fez algumas alterações na equipa, em relação ao jogo da Supertaça com o F.C. Porto, colocando Sidnei no centro da defesa - Luisão estava lesionado -, Maxi Pereira na direita e Javi Garcia no meio-campo, em vez de Airton. Fábio Coentrão recuou para a sua posição de lateral-esquerdo, enquanto Carlos Martins ficou no banco.

Bom arranque, má reacção
Os encarnados entraram mais consistentes na partida, com solidez na defesa e Javi Garcia a destacar-se no seu trabalho à frente do quarteto mais recuado. Mas, enquanto a Académica encontrava algumas dificuldades para chegar com perigo junto da baliza de Roberto, o Benfica, apesar de dominar, também não conseguia criar verdadeiras jogadas de perigo. Rondava a área dos «estudantes», mas sem sucesso. Excepção feita a uma jogada na esquerda entre César Peixoto, Saviola e Coentrão, com o lateral a rasgar na área e a rematar cruzado, frente ao guarda-redes Peiser, mas a ver o seu tiro cortado por um adversário.


Nas bancadas, os adeptos encarnados, empolgados desde o primeiro segundo, ficaram em silêncio aos 26 minutos. Após um livre marcado na meia esquerda por Diogo Valente, Sidnei falhou a marcação a Miguel Fidalgo e o avançado cabeceou para o fundo das malhas.


O golo gelou a Luz e, no campo, os jogadores encarnados não conseguiram da melhor forma à  desvantagem.


A precipitação e a desconcentração redundavam em muitos passes falhados. E nesse capítulo falhava o acerto de Aimar. César Peixoto, que foi substituído ao intervalo por Franco Jara, também acabou por não ser feliz.

Nervos, um golo argentino e o balde de água fria
A segunda parte começou com os nervos à flor da pele e, cinco minutos depois do reinício da partida, a Académica ficou reduzida a dez unidades: Addy viu o segundo cartão amarelo por uma falta sobre Saviola. A calma voltou a faltar pouco depois, quando os «estudantes» se preparavam para fazer duas substituições e David Luiz protestou veemente contra Diogo Valente, que demorou a sair.

De volta ao jogo, os benfiquistas voltaram a vibrar aos 62 minutos, com o golo de Franco Jara. Após uma bonita jogada na esquerda de Fábio Coentrão, que fez um túnel a Diogo Melo, o cruzamento saiu para o centro da área, onde Jara mergulhou para rematar certeiro com o pé direito.

Em vantagem, o Benfica chegava muitas vezes junto da baliza de Peiser, já com Carlos Martins (rendeu Maxi) e Weldon (substituiu Aimar) em campo. Mas, perante uma Académica que defendia com tudo, a concretização falhava. E falhou até ao apito final.

Já nos descontos, foi a Académica que sorriu com um golo de Laionel, que rematou de longe, após uma jogada do recém-entrado Júnior Paraiba. Os estudantes festejaram efusivamente. Na pasta, estavam os três pontos.
____________________






Minuto 93. Académica reduzida a dez por expulsão de Addy e o Benfica a carregar em cima da defensiva da Briosa que se preocupava sobretudo em despachar a bola para o mais longe possível. O cenário não parecia estar a favor dos "estudantes" mas o brasileiro Laionel não se importou com os quase 50 mil espectadores a puxarem pelo Benfica e, do meio da rua, fez um chapéu a Roberto e deu os três pontos à Académica. Momento que fica na História da Briosa e que merece, sem dúvida, maior destaque nos 90 e alguns minutos com que os "estudantes" iniciaram a Liga Zon Sagres, e logo no território do campeão nacional.


Mas há mais. Muito mais para contar deste primeiro jogo da Académica no campeonato. Durante a semana Orlando e Diogo Valente afirmavam que de uma coisa os adeptos da Briosa poderiam ter a certeza: na atitude os "estudantes" seria certamente os melhores. E assim foi. Que garra, que postura e que futebol a Académica mostrou na Luz...


Sempre muito concentrada ao longo de toda a partida, a Briosa não permitiu veleidades ao Benfica na primeira parte e dividiu o jogo com os encarnados, conseguindo mesmo encostar os campeões nacionais à sua área com perigosos contra-ataques lançados por Sougou e Diogo Valente.


A Académica mostrava classe na Luz e o primeiro balde de água fria para os adeptos da casa surgiu à passagem do minuto 26 . Diogo Valente cobrou um livre para a área do Benfica e Miguel Fidalgo salta mais alto que os centrais benfiquistas para fazer o 1-0. Primeira festa no banco da Briosa e também na bancada onde estavam concentrados os adeptos dos "estudantes" que, como sempre, não faltaram com o apoio à sua equipa.


Até ao intervalo, a Briosa conseguiu gerir a vantagem e foi para o descanso com uma vitória justa na bagagem. Mas a segunda metade seria diferente... E tudo começou logo nos primeiros minutos da etapa complementar com Cosme Machado a destacar-se no encontro ao expulsar David Addy em apenas cinco minutos. O lateral esquerdo ganês viu o primeiro amarelo e pouco depois cometeu nova infracção que o juiz de Braga entendeu ser punível com novo cartão. Apesar das muitas dúvidas em ambos os lances, pouco havia a protestar e a Briosa tinha pela frente o resto da partida a jogar com menos um.


Em casa do campeão nacional e com todas as contrariedades que foram surgindo, o resultado final dos "estudantes" é ainda mais saboroso mas já lá vamos. Antes dos festejos, e sejamos sinceros, só deu Benfica. Mas também assim teria de ser. Eram os encarnados que perdiam e tinham de ser eles a procurar o empate. A Académica segurou o jogo de Jorge Jesus durante largos minutos mas com menos um em campo a tarefa era muito difícil.


E foi aos 62 minutos que o Benfica chegou ao empate. Fábio Coentrão passou por Diogo Melo e por Pedrinho e deu para o argentino Franco Jara fazer o golo dos encarnados. Peiser nada podia fazer e o Estádio da Luz ganhava novo ânimo e puxava os encarnados para a vitória. Pelo menos para tentarem, mas não passou disso.


Os da casa caíram de produção devido à excelente organização defensiva da Académica mas mesmo assim procuravam novo golo a todo o custo. A Briosa despachava o bola como podia mas sempre com o objectivo de a fazer chegar até à baliza adversária, e foi precisamente aqui que os "estudantes" ganharam o jogo. A equipa de Jorge Costa não entrou no desespero de aliviar constantemente a bola e saiu a jogar sempre que podia.


E foi então num desses lances que a Briosa alcançou uma merecida vitória. No último minuto de descontos, Júnior Paraíba tocou para Laionel que, do meio da rua, bateu Roberto pela segunda vez. Grande festa na bancada dos adeptos da Académica e no banco de suplentes, todos saltaram de alegria para festejar no relvado.


Cosme Machado dava o apito final e confirmava a vitória da Académica no primeiro jogo da Liga Zon Sagres. E de uma coisa se pode ter a certeza. Na prática, o triunfo vale como todos os outros, são três pontos. Mas esta vitória vale muito mais que isso... Vencer no reduto do campeão é algo notável e hoje a História da Briosa ganhou mais umas páginas de ouro.






Na próxima sexta-feira, a Académica recebe o Olhanense em Coimbra, pelas 20:15 e pode atingir o primeiro lugar da tabela classificativa. Força Briosa!

Destaques

 Laionel
O país abriu a boca de espanto. Mas que golo!!! Ninguém esperava o remate de Laionel, muito menos Roberto. O guarda-redes espanhol defendeu quase tudo. No golo de Miguel Fidalgo não tem qualquer hipótese e, diga-se, no 2-1 também não. Crítica por estar adiantado? Nada disso, a jogada é de contra-ataque, Roberto tem de estar fora dos postes, caso Laionel passasse, na tentativa de isolar alguém. Por isso, o mérito é todo do avançado. Um pontapé de fé, do meio da rua, cheio de intenção e a dar três pontos para a Académica! Tentou ser feliz e marcou o golo da jornada. Assim mesmo, sem ela ainda ter acabado, porque com um pontapé bateu o campeão na estreia do campeonato, ao cair do pano na Luz.

Diogo Gomes
Um pé esquerdo de fazer inveja, atitude competitiva, mais uma prova de que cresce um belíssimo jogador no meio-campo da Académica. Aos 25 anos, está no ponto para assumir-se como referência da equipa. Na época passada já tinha dado boas indicações e, entre Aimar, Amorim e Garcia não se intimidou e fez jogar a Briosa. Bela exibição.

Miguel Fidalgo
Um ponta-de-lança adversário na Luz, de uma equipa que luta por objectivos menores. A espera torna-se longa, certamente. Aguarda-se por aquela bola que fique a jeito, aquela raridade em 90 minutos. Miguel Fidalgo foi mais lesto que Sidnei e feriu a águia com um cabeceamento que não deu hipótese a Roberto. Um lance, um golo. É assim que se faz, foi isso que lhe pediram, certamente.

Fábio Coentrão
Ora aí está a lateral-esquerdo, um lugar em que cada vez rende mais. A diferença para o concorrente César Peixoto é como da Terra à Lua. Aliás, Coentrão não só é melhor defesa com também é melhor extremo. O jogo frente à Académica mostrou-o de forma clara. Peixoto falhou passes atrás de passes, não conseguiu desequilibrar e nem deu apoio a um Coentrão que, vindo detrás, foi uma das principais, se não a maior, mesmo, arma do Benfica para abrir a defesa dos estudantes. Tentou o cruzamento várias vezes, de longe, mas esses nem sempre lhe saíram bem. Ainda assim, abriu espaços, fez o flanco todo e defendeu-o praticamente sozinho. Fala-se da ausência de Di María, mas, se calhar, o que o Benfica precisa é de dois Coentrões. A jogada no golo de Jara é mais do que prova disso, é o algodão, não engana! Ainda teve oportunidade para marcar, mas foi infeliz. Não merecia, pelo menos Coentrão não merecia ser infeliz.

Jara
Entrou ao intervalo para o lugar do apagadíssimo César Peixoto. Entrou para resolver, em busca do empate e foi num lance de crença que marcou. Antes, tentara bater Peiser de longe, mas o remate saiu-lhe mal. Depois, percebeu onde Coentrão ia meter a bola e lançou-se a ela como quem mata a fome e atirou para o empate. A diferença para quem substituiu foi abismal, não só pelo golo, mas também pela entrega. E com Cardozo fora de cena desde o primeiro minuto, Jara chegara em boa hora para os da Luz. Teve ocasião para o segundo, mas falhou na bola. Depois, aconteceu Laionel.

Sidnei
Óbvio substituto de Luisão no eixo da defesa, mas a milhas do compatriota. Culpado no golo da Académica, por deixar fugir Miguel Fidalgo, perdeu pontos na luta por um lugar. O estatuto confere-lhe o posto de primeiro suplente para central, mas com erros assim, a dúvida acentua-se e Roderick só é dois anos mais novo. Vive de hesitações e um central nunca pode ter dúvidas.

Aimar e Peiser
Não é bonito ver Aimar a tentar sacar uma grande penalidade, a tentar enganar o árbitro, num lance em que o próprio logo admitiu ter errado. Também não é bonito o teatro de Peiser. Cardozo apenas se encostou e não havia necessidade para uma queda tão aparatosa e queixas infundadas. Na mesma joga, ainda por cima, viu um amarelo por demorar na reposição de bola.
 Opiniões

 Jorge Costa, treinador da Académica, ficou feliz com a conquista dos primeiros três pontos no campeonato e elogiou, sobretudo, a organização dos seus jogadores no final da vitória com o Benfica, este domingo, no Estádio da Luz:
 

[Qual o segredo para vencer o Benfica?
«Segredo? Conhecemos bem o Benfica. Os meus jogadores foram muito organizados defensivamente, agressivos ofensivamente, solidários dentro do campo. Depois, tivemos de sofrer, com menos um jogador, e soubemos sofrer. Conseguimos uma vitória feliz, com um lance de génio a poucos instantes do fim. Uma vitória merecida.»

[Acreditou até ao fim que era possível vencer?]
«Acreditar, acreditei. Sabia que era difícil, mas fomos sempre à procura do golo, algo tímidos, é certo, mas conseguimos.»

[Que significado tem a primeira vitória como treinador frente ao Benfica?]
«São três pontos, num jogo muito difícil, contra o campeão nacional, o que nos deixa muito felizes.»

[Era este o Benfica que esperava?]
«Sim, era este o Benfica que esperava. A Académica é que esteve muito bem.»

[O que é que se pode esperar desta Académica, uma equipa a lutar pela Europa?]
«Podemos esperar uma Académica desinibida, com jogadores de qualidade, a lutar por uma boa classificação de uma forma tranquila.»

Jorge Jesus lamentou a derrota sofrida este domingo diante da Académica no Estádio da Luz. O treinador do Benfica elogiou o golo de Laionel, que ditou a vitória dos «estudantes», mas destacou também o esforço dos jogadores encarnados que diz terem feito tudo para conseguir os três pontos na primeira jornada da Liga:
  [O que é que aconteceu ao Benfica para sofrer a derrota com a Académica?]
«Em termos práticos, a Académica marcou dois golos e o Benfica marcou um. Se merecíamos? Não. Principalmente pelo que fizemos na segunda parte, em que jogámos na grande área da Académica. Tivemos oportunidades para mudar o resultado mas não conseguimos. Quando sentíamos que estávamos a ser prejudicados por empatar, acabámos por sofrer um excelente golo, tenho de o dizer. Na segunda parte, massacrámos. Na primeira dividimos o jogo e sofremos o golo de um lance de bola parada, o que não é muito normal. Fizemos várias modificações tácticas para dar largura e profundidade, conseguimos fazê-lo, mas não conseguimos marcar o golo face a tantos lances ofensivos que a equipa teve.»

[A derrota com o F.C. Porto pode ter influenciado o desaire com a Académica?]
«Não. O que é que uma coisa tem a ver com a outra? O jogo com o Porto teve uma história e este teve outra.»

[Considera que a equipa esteve intranquila, sobretudo na primeira parte?]
«A equipa teve sempre identidade, não esteve ansiosa. Mesmo a perder, os jogadores sentiram sempre que tinham que mudar o resultado.»

[Duas derrotas seguidas podem afectar os jogadores?]
«Não. Os jogadores do Benfica também perderam no ano passado, embora não tenham perdido muito. Queríamos ganhar e fizemos tudo. Claro que não é bom perder, é melhor ganhar um ponto que não ganhar nenhum. Perder não estava dentro das nossas previsões e ninguém vai ficar satisfeito por sair daqui a perder. O Benfica na segunda parte fez um jogo convincente para poder mudar o resultado e os jogadores fizeram tudo para o mudar.»

[O que é que ainda falta ao Benfica?]
«Faltava ganhar hoje, entrar com uma vitória no campeonato.»

Orlando, capitão da Académica, em declarações à Sporttv no final da vitória no Estádio da Luz (1-2), sobre o Benfica, na primeira jornada da Liga: 
«O segredo foi evidente, foi o espírito de sacríficio que conseguimos ter. Mesmo com um jogador expulso, tivemos mais capacidade de sofrimento, jogámos com as nossas armas em contra-ataque, fizemos mais um golo e foi muito bom. Não pode existir tónico melhor: uma vitória sobre o campeão na primeira jornada dá-nos muita confiança e vamos aproveitar essa confiança para somar vitórias nos próximos jogos. A base da Académica manteve-se, os reforços são bons reforços, por isso vamos fazer um campeonato melhor do que no ano passado.»

Os Briosos

Peiser 7

Na primeira parte não teve quase trabalho nenhum, com as responsabilidades a serem divididas entre os seus colegas da defesa - simplesmente impecáveis até ao intervalo - e a falta de objectividade do ataque encarnado. O pior chegou na segunda metade: no empate nada podia fazer e depois roubou o segundo golo às águias com uma série de boas defesas. A melhor delas aos 90+1', num remate cruzado de Coentrão que desviou com o pé. Acima de tudo, mostrou que na liga portuguesa há guarda-redes de excelente nível... e relativamente baratos.

Pedrinho 5

César Peixoto nunca conseguiu dar-lhe a volta à cabeça na primeira parte: este lateral-direito ganhou-lhe praticamente todos os lances. O pesadelo só começou quando Fábio Coentrão decidiu abrir o livro no seu flanco. De qualquer forma, nessa situação poucos defesas do mundo poderiam ter feito melhor.

Berger 6

Não será propriamente leve de rins, mas os avançados benfiquistas não lhe exigiram muito. Chegou e sobrou para resolver o que lhe apareceu à frente.

Orlando 6

É bem mais leve de movimentos do que o austríaco, ou seja, o par ideal para ele. Juntos - e protegidos por Peiser e Nuno Coelho - , estiveram exímios, nunca permitindo que o Benfica encontrasse espaços vazios na área.

Addy 4

Foi ele o grande destaque da equipa na primeira parte. Subia frequentemente no terreno, e eram acertadas todas as decisões que tomava. Excelente no passe, rematava com perigo, obrigando Roberto à defesa da noite (24'). Estragou tudo no início da segunda metade recebendo dois cartões amarelos em pouco mais de um minuto. Refilou com o árbitro, mas sem razão: o problema foi mesmo dele, com duas entradas irreflectidas sobre Saviola.

Nuno Coelho 7

Parece franzino, mas é rápido como uma seta a reagir a cada lance, ocupando na perfeição os espaços à frente da defesa. Muito confiante e com a noção exacta do tempo certo de se fazer a cada bola.

Diogo Melo 5

De estilo aparentemente molengão, sabe o que fazer com o esférico. Sem ser exuberante, tem capacidade técnica suficiente para se tornar útil nas transposições para o ataque.

Diogo Gomes 6

Grande esteio do meio-campo ofensivo, tem técnica individual bem acima da média. Domina bem a bola e tem visão de jogo, criando sempre problemas quando o jogo passa por ele.

Sougou 5

Mesmo tratando-se de um dos avançados mais velozes a actuar em Portugal, Fábio Coentrão deu-lhe poucas hipóteses.

Miguel Fidalgo 6

Só se deu por ele uma vez... e foi o suficiente. Fugiu bem à marcação dos centrais no livre arqueado de Diogo Valente, cabeceando sem hipóteses de defesa para Roberto.

Diogo Valente 5

Tentava fugir a Maxi Pereira, mas sem grandes consequências. Marcou exemplarmente o livre do primeiro golo, e pouco mais se viu.

Pedro Costa 5

Substituiu com eficácia Addy na esquerda da defesa.

Júnior Paraíba 5

Entrou nos descontos, mas é dele grande parte do mérito no incrível golo que resolveu o jogo. Roubou a bola na esquerda da defesa e, sempre junto à linha, correu mais de 50 metros com ela nos pés. Depois de fintar Rúben Amorim, fez um grande passe a desmarcar Laionel.

 Arbitragem

Possível penálti entre vários lances de difícil análise


O Tribunal de O JOGO concorda na ideia de que o encontro de ontem na Luz foi complicado para Cosme Machado, mas só Pedro Henriques entende que o juiz de Braga influenciou o resultado, ao não assinalar penálti de Diogo Melo sobre Saviola aos 86', quando o 1-1 persistia. Quanto à expulsão de Addy, os três especialistas validam sem reservas a decisão tomada pelo árbitro da partida.

Momento mais complicad: 86' Fica por assinalar penálti de Diogo Melo sobre Saviola?

Jorge Coroado:

Não. Diogo Melo cabeceou a bola, sem cometer qualquer grande penalidade sobre Saviola. Este simplesmente esperou o contacto com o intuito de tirar proveito da situação.

Pedro Henriques


Sim. Saviola é carregado nas costas dentro da área, num lance passível de grande penalidade. Em movimento rápido, para um árbitro que deixa jogar, é um lance de difícil análise.

Paulo Paraty


Não, de todo. É Saviola quem estorva Diogo Melo. Sem pretensões de jogar a bola, Saviola desequilibra o jogador da Académica.

Outros lances

12' Diogo Gomes derruba Saviola à entrada da área?
50' Addy é bem expulso depois de ver o segundo cartão amarelo no espaço de um minuto?
72' David Luiz atinge Sougou. Justificava-se acção do árbitro?
90'+3' Júnior Paraíba domina a bola com o braço, dentro de área, antes do contra-ataque do 1-2?

Jorge Coroado

+
Não houve qualquer infracção de Diogo Gomes. É notório, aliás, que o jogador da Académica procura evitar o contacto, embora este fosse inevitável.
+
Sim. Addy devia ter consciência de que já tinha um amarelo. Foi imprudente e não contou com o local onde estava. Amarelo aceitável.
-
Seria vermelho. David Luiz, com o cotovelo, atingiu deliberadamente Sougou. Foi nas barbas do assistente, que não foi capaz de informar o árbitro.
+
É um lance complicado, de difícil análise. Nem as imagens são suficientemente esclarecedoras. O árbitro tem o benefício da dúvida.

Pedro Henriques

-
Sim. O árbitro não tem os olhos postos nos jogadores, segue a bola e por isso não vê a carga fora de tempo sobre Saviola.
+
Entrada de sola fora de tempo e imprudente, passível de advertência. Neste caso, a segunda, que justamente leva à expulsão de Addy.
+
Não. David Luiz protege a bola com o corpo, tocando em Sougou sem cometer qualquer infracção.
+
Não. Júnior Paraíba tem o braço colado ao corpo, e é inevitável que toque a bola.

Paulo Paraty

+
Não. Diogo Gomes joga a bola com a sola da bota, e o contacto posterior é absolutamente casual.
+
Sim. Addy tinha acabado de ver cartão amarelo e comete uma falta que, pela sua imprudência, justifica a acção disciplinar. Muito bem o assistente ao chamar a atenção do árbitro.
-
Justificava-se falta e eventual amarelo, que neste caso seria o segundo. David Luiz usa o braço para impedir a progressão de Sougou.
+
Não é evidente que tenha batido no braço de Júnior Paraíba. Parece-me que é no peito. É situação de dúvida, e fez bem o árbitro ao deixar prosseguir.

Apreciação global

Jorge Coroado

Jogo de muito contacto, a criar dificuldades de análise ao árbitro, que, dentro das limitações reconhecidas, procurou agir em conformidade. Porém, revelou alguma falta de determinação, quiçá de coragem.

Pedro Henriques

Jogadores nervosos e intranquilos, colocando inúmeras dificuldades ao árbitro, que, em tantas e difíceis situações, acabou por nem sempre ser assertivo e, dessa forma, influenciou o resultado.

Paulo Paraty

Num encontro intenso, com muitas situações de difícil avaliação, o árbitro esteve muito bem nas decisões tomadas na maior parte delas. Conseguiu assim uma actuação bem positiva.

Sem comentários:

Enviar um comentário