16 de junho de 2011

Pedro Emanuel demarca-se de Villas Boas e Mourinho

Pedro Emanuel confessou esta quarta-feira, durante a apresentação como novo treinador da Académica, que se encontra a viver um sonho. Assumindo-se como um apaixonado pelo futebol, o ex-adjunto de André Villas Boas fala da separação, natural, do chefe de equipa, mas também de Mourinho e da ambição seguir a linha de sucesso dos anteriores treinadores recrutados pela Briosa no universo portista.

«Quem é treinador e está em início de carreira procura sempre oportunidades e, no meu caso, melhor não poderia estar. É um convite que me deixa imensamente honrado, pela grandeza do clube e pelos patamares que pode atingir. Foi uma decisão apaixonante para mim», explicou o jovem técnico. 

A relação com André Villas Boas, de cuja equipa técnica deixou de fazer parte, e que também foi lançado em Coimbra, veio necessariamente à baila. O treinador do F.C. Porto foi obviamente um dos seus conselheiros no momento da emancipação ou não tivesse ele próprio feito o mesmo em relação a José Mourinho.

«Teve enorme preponderância na minha vinda para aqui, pelos motivos que se conhecem. Deu-me informações e ainda me motivou mais. Tivemos uma conversa franca e frontal, entre duas pessoas adultas e com ambições na vida, que se ajudaram no passado. Quero destacar a liberdade de escolha que me deu e uma mensagem sentida: decidisse o que decidisse, ele iria apoiar-me e por isso ficou contente ao ver-me aceitar este desafio.»

Aprendeu com os melhores mas não quer imitar ninguém

Além de Villas Boas, Pedro Emanuel conheceu também José Mourinho. Há quem diga que, na altura, o experiente central era como um prolongamento do agora técnico do Real Madrid dentro do campo e no balneário do F.C. Porto. As comparações, inevitáveis, são rapidamente relativizadas por quem não quer ser uma simples cópia de dois dos melhores originais da classe.

«Trabalhei com pessoas que revelam capacidade, e só se não fosse muito inteligente não aproveitaria para aprender, mas quero traçar o meu caminho, não vou imitar ninguém. Tenho grande respeito pelo trajecto de cada um. Se lhes perguntarem, certamente dirão que gostaram de trabalhar comigo. Sou uma pessoa dedicada, apaixonada e, felizmente, tenho uma profissão que me realiza diariamente. É isso que nos faz ser melhores», destacou.

Do estilo que gostaria de implementar, destaca alguns princípios, aqueles que já faziam dele um líder enquanto jogador: «Ambição, vontade, querer, tentar ser competente ao máximo, saber ouvir e saber falar. Espero que seja essa a forma de estar que me permita evoluir. Não é por falar alto ou estar aos berros que vou conquistar o respeito mas pela competência. A relação com os jogadores tem de ser de respeito, mas sobretudo de grande vontade e ambição de todas as partes.»

Sobre o legado dos últimos treinadores da Briosa, casos de Domingos, André Villas Boas ou Jorge Costa, Pedro Emanuel mostrou-se entusiasmado por poder dar continuidade a um trajecto que espera ser também de sucesso: «É um bom presságio, quer dizer que quem me antecedeu fez bons trabalhos e isso é importante para concretizar os nossos objectivos. Sinto uma vontade enorme de começar a trabalhar e passar do plano teórico para prático.»
 



 Ser cada vez melhor como lema de vida

Motivadíssimo, como fez questão de repetir durante a conferência de imprensa, o novo treinador da Académica afiança ter como filosofia de vida tentar ser cada dia melhor, e não virou a cara à velha ambição da Briosa: voltar a qualificar-se para uma prova europeia.

«Vim encontrar uma estrutura forte e bem delineada, preparada para um desafio profissional, e que sabe trabalhar para ter sucesso. As condições estão reunidas e é claro que vamos procurar sempre a vitória, com ambição, como determina a história deste clube», aludiu.

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