12 de janeiro de 2012

2011/12 - Taça de Portugal - m/f - Académica 1 - Oliveirense 0: 94 minutos e meio de espera!!


nº espectadores: 14 357
nota para carlos xistra: 4
melhor da Oliveirense: Oliveira
melhor da Briosa: Habib

Crónica

AAC-OAF: Qualquer que fosse o resultado do jogo entre a Académica e a Oliveirense, a velha senhora sabia que chegaria sempre ao final da partida com um sorriso na cara. O tamanho do sorriso dependia dos números que constassem no placard aos 90 minutos mas hoje o dia foi da Briosa.

Ainda nem o árbitro tinha apitado para o início do encontro e já se fazia História no Estádio EFAPEL Cidade de Coimbra. A Mancha Negra proporcionou um momento simplesmente brilhante aquando da entrada das equipas e quem estava do lado poente do recinto certamente terá ficado estarrecido com a imagem que estava à sua frente: "Força AAC" foi a frase com que a Mancha Negra encheu a bancada superior e inferior do estádio. Um momento perfeito que fica para a História.

Um outro aspecto que fica para os livros dourados da Briosa foi o número de sócios e adeptos presentes no Estádio EFAPEL Cidade de Coimbra. 14.357 espectadores, quase todos a puxar pela Académica (cerca de 300 viajaram desde Oliveira de Azeméis), transformaram a casa dos "estudantes" num autêntico inferno para o adversário. O "Briosa" de um lado ao outro da bancada fez eco em Coimbra e a Académica acordava para perseguir o sonho de regressar ao Jamor.

Dentro de campo, diga-se, as coisas nem sempre saíram bem aos comandados de Pedro Emanuel mas com uma casa assim era difícil não vencer. Adeptos e jogadores uniram-se numa pauta perfeita que resultou numa atitude incrível de todos os que fizeram parte do espectáculo. Coimbra via os minutos passarem mas não desistiu de levar para a segunda mão uma vantagem no marcador. E assim foi.

Aos 94 minutos, Diogo Valente bateu o canto da esquerda e Habib saltou mais alto que toda a gente para inaugurar a contagem no Estádio EFAPEL Cidade de Coimbra. O senegalês foi para a bancada festejar e o estádio tremeu a gritar golo da Académica. Mais um momento brilhante.

Agora, e como referiu Pedro Emanuel, falta a segunda parte do jogo mas a Briosa sabe que vai entrar no jogo da segunda mão em vantagem. Mas, mais do que isso, vai entrar em campo sabendo que tem do seu lado adeptos fantásticos.

MF: A Académica parte em vantagem para a segunda mão da meia-final da Taça de Portugal depois de ter esperado mais de 90 minutos para fazer um golo. O jogo foi globalmente fraco e os oliveirenses estiveram a escassos segundos de levar a discussão para Santa Maria da Feira mas um voo de Habib, ele que já havia ensaiado o golo várias vezes, acabou por ditar o resultado. Fica, todavia, a boa imagem da equipa de Pedro Miguel.
Esta Oliveirense continua a surpreender, mostrando bom futebol, sem precisar de autocarro como lembrou na véspera do seu técnico. Ideias arrumadas, jogo fluido e apoiado, sem medo de encarar o adversário, de um escalão superior, olhos nos olhos. Há experiência (Adriano, Chico Silva, Rui Lima...), mas também valores emergentes, como Nuno Lopes (irmão gémeo do defesa do Sp. Braga, Oliveira ou Clemente.

A Académica pareceu acusar o momento e abordou o jogo com pouca dinâmica, com processos demasiado lentos e denunciados perante uma Oliveirense aguerrida e muito bem organizada. A Briosa nem parecia aquela equipa entusiasmante que tem feito por merecer o sexto lugar na Liga.

Sem conseguir aproximações perigosas à baliza de Bruno, os homens da casa permitiam contra-ataques ao adversário e, valha a verdade, foram mesmo os forasteiros que estiveram mais perto do golo nos primeiros 45 minutos. Jogando, por vezes, no limite do fora-de-jogo, os homens de Pedro Miguel revelavam-se ameaçadores quanto baste.

A melhor oportunidade deste período pertenceu, de resto, a Ivan Santos, quando apareceu sozinho na cara de Ricardo, mas faltou-lhe a pontaria. A Oliveirense, de resto, também se mostrou acutilante nas bolas paradas e tudo isto perante uma Briosa quase inoperante, inexplicavelmente bloqueada, a precisar rapidamente de um abanão ao intervalo.

Briosa acelera mas não chega

Já não foi a primeira vez que Pedro Emanuel teve de «puxar as orelhas» aos jogadores ao intervalo e com resultados visíveis. A fórmula voltou a ser aplicada e, na segunda parte, a Briosa subiu de rendimento. Éder deu o mote, com um cabeceamento ao lado, mas era preciso fazer muito mais.

A Académica subiu um pouco das linhas e meteu velocidade no jogo, sem todavia retirar daí resultados práticos pois a formação de Oliveira de Azeméis continuava bem posicionada e solidária. Rui Miguel, acabado de entrar, teve um disparo a rasar as redes laterais, tentando mais um abalo na estrutura forasteira.

Logo de seguida, Danilo teve tempo para escolher onde queria meter a bola mas errou o alvo e o tempo foi passando, com a ansiedade a apoderar-se dos locais, incapazes de materializar em golos a supremacia evidenciada em campo. Abdoulaye fez palpitar alguns corações, mas estava escrito que seria o colega de sector a encontrar o caminho das redes.

O lance nasce de um canto, já nos descontos, depois de uma grande defesa de Bruno. À segunda, o guarda-redes fica mal na fotografia e Habib não perdoa. Ainda há mais 90 minutos para jogar, mas esta curta vantagem pode fazer a diferença.

OJOGO: Um golo de Pape Sow, nos descontos, deu à Académica a vantagem na primeira mão da meia-final da Taça de Portugal, correspondente, também, a serviços mínimos, diante da Oliveirense, que será tudo menos uma equipa de segunda. A forma como resistiu na primeira parte foi notável, mas, precisava de ter ficado registada no marcador e não faltaram ocasiões, as melhores de um primeiro tempo medíocre da Briosa, contrariada apenas por Diogo Valente.

Depois de aguentar a boa entrada a que o ambiente obrigava a Académica, a Oliveirense fez o que Pedro Miguel pedira: levantou a cabeça, viu à frente o campo todo, com o Jamor ao fundo, e correu para lá. Com Oliveira e Rui Lima atentos à movimentação de Clemente, que aproveitou o balanço ofensivo de Cédric para complicar a noite a Abdoulaye, os homens do segundo escalão ameaçaram com golo e fizeram dano na autoconfiança da Académica, que só no segundo tempo, e a custo, se conseguiu libertar dessa intimidação e reduzir o jogo à metade do terreno a que a Oliveirense aceitou remeter-se, fatalmente. O banco jogou a favor da equipa da casa, que, refrescada, só na fase final passou ao domínio indiscutível, a que Rui Miguel e Éder tentaram dar expressão, com desespero proporcional à qualidade das intervenções de Bruno Sousa, o guarda-redes que adiou o golo para canto, já nos descontos, dando a Diogo Valente a oportunidade de, no derradeiro lance, encontrar Pape Sow, nas alturas, a apontar à Académica o caminho do Jamor, que ainda passa pela casa da Oliveirense, no início de Fevereiro.

Opiniões

Pedro Emanuel, treinador da Académica, no final da vitória sobre a Oliveirense, na primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal, esta quinta-feira, em Coimbra:

«Em primeiro lugar, gostaria de deixar um agradecimento e apreço pela envolvência da cidade com a equipa hoje. Foi fantástico, um ambiente extraordinário, um grande apoio, é o ambiente que gostamos e que nos permitiu acreditar até final que íamos conseguir a vantagem. No geral, não tivemos muitas oportunidades, mas pela paciência e capacidade, sobretudo na segunda parte, acabámos por chegar a vantagem, e penso que a vitória é justa. Não há resultados confortáveis para as segundas mãos, mas antes eliminatórias equilibradas. Trabalhámos muito, foi um desgaste físico e mental muito grande para os jogadores. O crer foi uma das chaves, o resto foi a qualidade dos jogadores, as suas dinâmicas, tudo conjugado. Foi uma vitória saborosa. Estamos no intervalo. Agora, há que recuperar porque domingo temos outro jogo difícil. Agora, a Oliveirense vai procurar anular a desvantagem e lá estaremos não para defender um resultado mas para justificar a nossa presença na final se isso vier a acontecer. As críticas de Pedro Miguel? Não vou por ai. O jogo acaba quando o árbitro apita. Se o golo tivesse aparecido antes, não estaríamos a falar disso. Respeito o que ele disse. Cada um tem a sua opinião.»

Pedro Miguel, treinador da Oliveirense, indignado no final da derrota com a Académica, na primeira mão da meia-final da Taça de Portugal, esta quinta-feira, em Coimbra:

«Estamos desiludidos, tristes, e tenho jogadores a chorar no balneário. Não percebo por que razão o árbitro decidiu prolongar desta forma o jogo. Se calhar, se não houvesse o golo, teríamos cantos atrás de cantos sem fim. Se reparem, quando a bola tinha saído da nossa área, creio que para o Cédric, o árbitro levou o apito à boca e ia apitar, depois resolveu continuar o jogo. Lamentamos essa atitude. Sinto uma grande revolta da forma como tudo aconteceu. Não se passou nada nos descontos para ter prolongado o jogo desta forma. Parabéns, no entanto, à Académica, que não teve culpa e fez o que lhe competia. Nada está perdido, vamos tentar rectificar o resultado na segunda mão. Infelizmente, este jogo não teve 94 minutos. Não terminou ai, mas só quando a Académica marcou.»

Adriano, avançado do Oliveirense, em declarações à «Sport Tv», depois da derrota diante da Académica (0-1), em Coimbra, em jogo da primeira eliminatória das meias-finais da Taça de Portugal:

«Dentro das perspetivas do jogo até foi um bom resultado. Estamos no intervalo do jogo, temos o segundo jogo em casa, temos de ter tranquilidade e trabalhar porque sabemos que temos todas as condições para vencer a eliminatória. Temos de jogar como jogámos hoje, determinados, a Oliveirense também merece um pouquinho de sorte».

Rui Miguel, jogador da Académica, em declarações à «Spor Tv», depois da vitória sobre a Oliveirense (1-0), em Coimbra, em jogo da primeira eliminatória das meias-finais da Taça de Portugal:

«Foi uma vitória importante, queríamos ganhar o jogo, queríamos ganhar por mais de um golo, lutámos por isso e, no fim, fomos premiados. Foi difícil, mas estamos em vantagem. Estávamos avisados para os perigos que esta equipa [Oliveirense] podia representar aqui. Eles estiveram a maior parte do tempo a defender, mas conseguimos faze um golo no final e estamos satisfeitos por isso».

Destaques 

A figura: Habib

Qual central voador, tanto tentou que lá acabou por marcar o golo que fez toda a diferença. É fortíssimo no jogo aéreo, tanto a defender como a atacar, e isso foi decisivo nesta partida. A partida foi fraca e só ficou resolvida desta forma, talvez pouco ortodoxa, mas que acaba por assentar bem a quem mais fez por marcar.

Outros destaques:

Bruno

Teve um duelo aceso com Habib, negou-lhe da primeira vez o golo mas, à segunda, ficou a sensação de que foi mal batido. Sem ter sido chamado a trabalho aturado, o antigo guarda-redes do Beira Mar soube fazer bom uso da experiência dos seus 31 anos para comandar a defesa e resolver alguns problemas, revelando-se particularmente atento nos cruzamentos e em algumas saídas a punhos, sempre sem complicar. O pior foi mesmo o período de descontos.

Adrien

Foi o único que «ousou» pegar no jogo por parte da Académica, tentando empurrá-la para a frente qual farol de um meio-campo que andou quase sempre à deriva. Também procurou visar a baliza, mas, à semelhança dos companheiros, a pontaria não foi um dos seus aspectos fortes.

Rui Miguel

Entrada a todo o gás do avançado estudantil, que logo na primeira jogada teve uma oportunidade flagrante para desfazer o nulo. Errou o alvo por pouco e veio trazer alguma vivacidade ao flanco direito, em contraste com a exibição pálida de Marinho.

Pape Sow 7
Salto para a felicidade

Pape Sow tornou-se o herói da Académica, numa noite de sofrimento - em todos os sentidos, já que se lesionou nos primeiros minutos - que terminou num salto para a felicidade. Respondeu, de cabeça, ao canto de Diogo Valente que poderá valer a presença no Jamor.

Ricardo 6
Resistiu bem à inesperada tremedeira dos companheiros, na primeira parte.

Flávio 6
Viu um amarelo cedo, mas, recompôs-se definitivamente, ao intervalo, e arrancou para uma boa exibição.

Diogo Valente 7
Procurou o golo desde o primeiro minuto, com uma lucidez que nem todos souberam acompanhar - encontrou-o no último, no canto que bateu para a cabeça de Pape Sow.

Éder 6
Foi dos primeiros a libertar-se do nervosismo e a tornar-se num foco de perigo para a defesa da Oliveirense, no segundo tempo.

Rui Miguel 5
A entrada dele mexeu com o jogo e inclinou o campo, definitivamente, na direcção da baliza de Bruno Sousa. 

Minuto a minuto 

90' FINAL DO JOGO! Académica - 1 Oliveirense - 0
90' GOOOOOOOLLLLLOOOOOOO!!! ACADÉMICA ! 1-0 por Habib. Incrível. Bruno Sousa, que estava a fazer boa exibição, desvia para canto. Na sequência, o central cabeceia. O guarda-redes acaba por ficar com responsabilidades na forma como deixa a bola entrar!
90' Quatro minutos de compensação
90' Hugo Morais remata de pé direito, à entrada da área, ligeiramente ao lado!
88' O público puxa agora pela Académica, que vai queimando os últimos cartuchos. Habib, na sequência de um canto, cabeceia em boa posição ao lado
87' SUBSTITUIÇÃO Oliveirense . Sai Adriano entra Guima
86' SUBSTITUIÇÃO Académica . Sai Éder entra Fábio Luís
84' A Oliveirense tenta sacudir a pressão com um par de iniciativas ofensivas
81' ÉDER QUASE MARCA! Na sequência de um canto, o avançado salta bem e cabeceia para o sítio certo mas Bruno consegue defender em cima da linha!
78' SUBSTITUIÇÃO Académica . Sai Danilo entra Hugo Morais
77' SUBSTITUIÇÃO Oliveirense . Sai Ivan Santos entra Pedrinho
74' A Académica continua a pressionar o adversário
71' SUBSTITUIÇÃO Académica . Sai Marinho entra Rui Miguel
68' Éder domina na área e marca, mas estava em posição irregular
67' SUBSTITUIÇÃO Oliveirense . Sai Rui Lima entra Barge
65' Números oficiais: 14 357 espectadores
63' Ouvem-se assobios entre os adeptos da Académica, que pedem algo mais
60' CARTÃO AMARELO para Rui Lima (Oliveirense )
57' Habib remata do meio da rua, errando o alvo
56' Carrega a Académica
52' CARTÃO AMARELO para Adrien Silva (Académica )
50' Cruzamento de Nivaldo, Éder cabeceia ao lado!
48' Que mal Danilo! O brasileiro consegue roubar uma bola e inicia um contra-ataque perigoso mas demora a meter a bola em Marinho e a Oliveirense recupera!
47' Ambas as equipas parecem voltar dispostas a atacar mais...
46' RECOMEÇA A PARTIDA
45' INTERVALO NA PARTIDA ENTRE Académica e Oliveirense. Nulo que assenta perfeitamente àquilo que se passou nos primeiros 45 minutos. Partida muito fraca!
45' Flávio reentra na partida, agora de cabeça ligada.
45' Livre o Oliveira que leva a bola a rasar a trave!
44' Mais dois minutos...
41' É uma pena que o entusiasmo das bancadas não se veja no campo...
33' Remate de Clemente do meio da rua, aproveitando uma perda de bola de Abdoulaye, mas a bola sobe muito!
31' QUE FALHANÇO PARA A OLIVEIRENSE!!! Ivan Santos, na cara do golo, não consegue desviar para o alvo o centro de Oliveira!!!
26' Golo anulado a Clemente por fora-de-jogo!
23' Cruza Cédric mas Bruno sai a punhos e sofre falta!
16' Confusão na área da Oliveirense, mas o remate de Adrien bate num adversário! A Briosa aperta o cerco!
14' Primeiro canto da partida, para a Académica.
13' Cruzamento de Marinho, Diogo Valente não chega!
9' Diogo Valente atira de fora da área, fácil para Bruno!
6' Livre para a área da Académica, com Adriano a cabecear por cima!
5' CARTÃO AMARELO para Flávio Ferreira (Académica )
2' Habib está lesionado! Aquece Orlando que não joga há mais de um ano!
1' COMEÇA A PARTIDA ENTRE Académica e Oliveirense
1' Cruzamento de Cédric, para defesa fácil de Bruno.
0' Ouve-se o hino da Briosa, o público rejubila, está um ambiente fantástico!
0' Entram as equipas em ambiente de festa!!!

Árbitro

Carlos Xistra - 4 

Outros

Carga policial aquece adeptos
Desacatos na zona reservada aos adeptos da Oliveirense levaram à intervenção da polícia, no final do jogo. Cerca de 400 adeptos viajaram até Coimbra, para apoiar a equipa no sonho de chegar ao Jamor. O golo ao cair do pano gerou frustração no seio dos adeptos visitantes, obrigando a uma curta intervenção das forças policiais. No final, há a registar a detenção de um adepto da Oliveirense.

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