7 de fevereiro de 2012

«Não esperamos facilidades e muito menos um passeio a Santa Maria da Feira» - Pedro Emanuel

Perfeitamente consciente das dificuldades que o jogo da segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal vai oferecer à sua equipa. É este o estado de espírito de Pedro Emanuel que afirma que só uma Académica ao seu melhor nível pode chegar ao Jamor. Aliás, um palco que o treinador dos estudantes conhece muitíssimo bem. Fala das mudanças que o plantel sofreu durante o mercado de janeiro e não descarta poder voltar a contar com Éder no futuro embora volte a sublinhar que essa é uma questão que é da responsabilidade da direção.

Que Oliveirense espera na terça-feira?
Esperamos a Oliveirense que se apresentou aqui na primeira mão. Uma equipa bem organizada, com princípios bem definidos, aguerrida na sua forma de jogar, extremamente objetiva com bola e organizada sem ela. Não esperamos nenhuma facilidade e muito menos que seja um passeio a Santa Maria da Feira.

Sente que este é um jogo em que a Académica pode fazer história?
Sim. Tanto pode a Académica como a Oliveirense. Estamos no intervalo de uma eliminatória. A primeira mão não foi fácil e por isso também não esperamos facilidades para a segunda mão. Temos que ser uma Académica ao melhor nível, com grande coesão coletiva. Não vamos jogar para o empate, vamos jogar para vencer a eliminatória. Será um jogo que trará uma carga emocional grande para os atletas e também para as duas instituições. Ir à final é um feito histórico, sem dúvida. Nessa perspetiva, poderá ser um jogo que marque uma época.

O Pedro teve essa experiência na sua carreira…
Enquanto jogador sei o que é estar numa final, ganhar uma final, perder uma final, e ser eliminado nas meias-finais. No próximo ano ninguém se irá lembrar de quem chegou às meias-finais, apenas e só de quem ganhou a Taça de Portugal. É esta a realidade. Podemos escrever um futuro bonito mas neste momento nada está concretizado.

Que importância tem para si poder atingir uma final na sua primeira época enquanto treinador?
Claro que tem a sua importância. Mas por aquilo que eu vivi enquanto jogador, isto é uma festa dos atletas. Poder chegar a um palco emblemático do futebol português marca a carreira de um treinador, mas marca ainda mais a carreira de um jogador. Este grupo de trabalho merece-o pelo espírito de sacrifício que têm demonstrado durante toda a época, e o meu maior motivo de orgulho é poder trabalhar com um plantel com esta humildade.

Como analisa as mudanças que o plantel sofreu no mês de janeiro?
Saíram alguns atletas que jogavam mais e tinham a sua preponderância na equipa. Fomos buscar outros que se integraram facilmente, com atletas que já tinham conhecimento do nosso campeonato (David Simão, Edinho e Saulo), trouxemos também alguma mais-valia, não só com o Magique, mas também com os dois atletas que vieram do Brasil (Ferreira e Willian) e o Mvom, e que têm enorme potencial. Poderão não ser opção imediata mas sê-lo-ão a curto prazo, de certeza absoluta. Perspetivamos não só o presente mas também o futuro da Académica.

Com as saídas e entradas de jogadores, o plantel continua coeso?
O grupo não ficou indiferente a este período de defeso e de interregno de campeonato. O mercado de janeiro transtorna sempre as equipas pelas entradas e saídas mas agora o mercado já fechou e estamos focados no que temos pela frente. A equipa está bastante unida, sinto-o pela alegria com que trabalham todos os dias, e isso é o mais importante.

Ainda conta com o Éder esta temporada?
Porque não? A direção é que tem que tomar essa decisão. Quando se concluir o processo a direção vai-me comunicar alguma coisa, tal como ao atleta. É um processo que está entregue a quem de direito e não diz respeito à parte técnica nem ao grupo de trabalho.

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