2 de junho de 2014

«Queremos construir uma equipa que nos faça sonhar com coisas boas» - Paulo Sérgio

Paulo Sérgio está oficialmente apresentado como novo treinador da Académica. A cerimónia, que decorreu na sala de Imprensa do Estádio Cidade de Coimbra, contou com a presença de várias dezenas de sócios que não quiseram perder a oportunidade de saudar, pela primeira vez, o mais recente timoneiro da Briosa.

Paulo Sérgio juntou o otimismo e o realismo no seu discurso, não traçando metas concretas mas prometendo total dedicação para que os estudantes trilhem um rumo de sucesso em 2014/2015:

- Antes de mais quero dizer que é uma enorme alegria de ter a possibilidade de representar este grande clube de futebol. Desde miúdo que me habituei a respeitar a Académica, uma Instituição por quem eu sempre nutri um tremendo respeito. É com grande orgulho que, a partir de agora, eu e a minha equipa técnica também vestimos a camisola da Briosa. O que posso prometer? Ambição e palavras bonitas, todos temos, é fácil. O que eu prometo é muito trabalho e empenho da equipa dentro do campo, procurando bons resultados e um futebol que possa orgulhar todos e honre o passado brilhante da Académica. Uma equipa que nos faça sonhar, que nos faça acreditar num futuro cada vez melhor. Se pudermos ser sétimo não vamos ser oitavo, assim como se pudermos ficar em quinto não vamos ficar em sexto. Vimos preparados para projetar uma Académica forte, com um futebol dominante. Para isso é muito importante contruirmos uma equipa que nos faça sonhar com coisas boas. O meu passado? A passagem pelo Sporting deu-me currículo, no estrangeiro consegui garantir mais uns pacotes de leite para as minhas meninas, mas achei que estava na hora de voltar. Tive outros convites mas não aceitei. Escolhi a Académica porque oferece condições de trabalho que não é fácil encontrarmos na grande maioria dos clubes do panorama nacional.

Já com o cartão de sócio número 12 784 na mão, e depois de prometer que iria «pagar as quotas», Paulo Sérgio recebeu um forte aplauso de todos os adeptos que acompanharam de perto a sua apresentação, seguindo depois para a recém-inaugurada Sala de Troféus Vasco Gervásio, onde pode apreciar todo o espólio do clube.

Sérgio Cruz (treinador adjunto) e Bruno Veríssimo (treinador de guarda-redes) vão acompanhar Paulo Sérgio nesta nova aventura ao serviço da Briosa, sendo que nos próximos dias a equipa técnica ficará completa com a chegada de mais um elemento.

«Com a alma e garra que vamos ter, dificilmente alguém nos agarra» - José Eduardo Simões

Total confiança presidencial. José Eduardo Simões explicou a razão de ter escolhido Paulo Sérgio para liderar os destinos da equipa na próxima temporada e mostrou-se muito confiante no futuro. 

«A escolha de Paulo Sérgio foi simples e muito rápida. Não o apresentámos antes das eleições porque entendemos que um treinador não deve ser utilizado como trunfo de campanha eleitoral. É uma pessoa em quem depositamos grande confiança. Com certeza que vai ter o apoio de todo o clube, de todos os sócios e adeptos e com a alma e a garra que vamos ter na próxima época, dificilmente alguém nos agarra».

in abola

«Não sei se temos treinador, mas homem lá isso temos...»

Paulo Sérgio, apresentado como novo técnico da Briosa, vai ter menos leite para as filhas... em prol da carreira

 «Não sei se temos treinador, mas homem lá isso temos...»

A Académica apresentou esta segunda-feira o sócio número 12784. Confuso? É fácil, trata-se de Paulo Sérgio, o novo treinador da Briosa, que assinou por uma época e prometeu lutar por objetivos altos de losango ao peito. Reconheceu, porém, que aceitou o convite por estar mais preocupado com o seu percurso desportivo do que com dinheiro. 

«Como sabem, tenho andado pelo estrangeiro nas últimas três temporadas, isso permitiu-me garantir mais uns pacotes de leite para as minhas meninas, que precisam dele todos os dias, mas também senti que me estava a afastar do rumo de carreira que eu preconizava até ir para o Sporting», admitiu o técnico, em conferência de Imprensa.

«As coisas não correram como todos desejávamos, mas Alvalade deu-me currículo e abriu-me muitas portas. Tive experiências que me ajudaram a evoluir, situações vantajosas, como disputar a Liga dos Campeões. Achei que era o momento de voltar, olhar menos para a parte financeira, mas mais para a minha carreira, para voltar a trilhar o caminho que trilhei no passado», acrescentou, negando estar a dar um passo atrás:

«O quê que o Cluj tem que a Académica não tem? Passei por clubes que, inseridos em realidades diferentes, proporcionaram-me trabalhar na Liga dos Campeões. Posso estar a dar um passo atrás, certamente, financeiramente, para a minha vida pessoal, mas, desportivamente, é uma aposta que é minha. Quem define a minha carreira sou eu, mais ninguém.» 

Uma equipa que faça sonhar 

O ex-treinador do Apoel não vê no oitavo lugar alcançado por Sérgio Conceição uma herança pesada, mas prometeu lutar por patamares elevados. «Se puder ser sétimo, não vou ficar em oitavo. Se tiver hipótese de chegar ao quinto, não vou querer ser sexto», sintetizou, concentrado-se no essencial: 

«Falar de coisas bonitas e muito redondas é fácil. O fundamental é meter mãos à obra e construir um grupo sólido, com qualidade, que nos permita almejar metas elevadas. O que posso prometer é muito trabalho e empenho para conseguir novas alegrias, uma equipa que honre o passado do clube, perspetivando o futuro. Que nos faça sonhar.» 

Paulo Sérgio confessou ter rejeitado outros convites, e explicou um pouco melhor o que o fez aceitar vir para Coimbra. «É uma enorme alegria e prazer poder representar este grande clube. Porque a Académica é mais do que isso. Desde miúdo que me habituei a respeitá-la, como qualquer estudante, e eu não fugi à regra», confessou, revelando que teve em tempos uma oportunidade para jogar nos capas negras, que não se concretizou. 

«É um clube de uma enorme tradição e treiná-lo é uma grande responsabilidade. Mas são estes desafios que eu quero para a minha carreira. Lutar por objetivos elevados para termos uma temporada de alegrias, sem apertos», completou, por entre elogios às condições de trabalho dos estudantes, e um cheirinho daquilo que pretende dos jogadores: 

«Quero que pratiquem um futebol agressivo como eu gosto. Quero uma equipa personalizada, que asssuma o jogo. Não sou treinador de transições, como agora se chama. A minha equipa tem de gostar de ter a bola e saber interpretar bem todas as fases do jogo, praticando um futebol positivo.» 

O técnico considerou ainda esta fase de defeso muito importante para construir o plantel que pretende, dentro da ginástica financeira que o orçamento do clube exige. «Vamos procurar reforçar-nos em qualidade e não em quantidade», prometeu, em resposta a uma pergunta do  Maisfutebol. 

A equipa técnica será constituída por Sérgio Cruz, um antigo jogador da Briosa, e Bruno Veríssimo, que treinará os guarda-redes. Paulo Sérgio não trouxe consigo Cristian Dragotă, por considerar que não fazia sentido trazer alguém que não domina a língua portuguesa. 

No final, os sócios saíram satisfeitos da apresentação – o técnico foi várias vezes brindado com palmas – , mas a melhor tirada veio de um apaniguado academista, sentado mesmo ao lado da nossa reportagem: «Não sei se temos treinador, mas homem lá isso temos...» 

in maisfutebol 

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