16 de outubro de 2009

Aposta em Villas Boas reforça tradição

TÉCNICO É DOS MAIS NOVOS NA HISTÓRIA DO CAMPEONATO

André Villas Boas é, aos 32 anos, que festeja amanhã, não só o mais novo treinador da Liga, mas também um dos mais novos na história da Académica, que cumpre a tradição de apostar em jovens treinadores. Nos últimos 40 anos, o novo técnico da Briosa é apenas superado por João Maló (28 anos) e Francisco Andrade (30), ambos em 1968/1969, e iguala Crispim, que se estreou em 1973/74 com a mesma idade. Mais jovens aparecem ainda 12 técnicos, mas a grande maioria nas décadas de 1920, 30 e 40.
O capitão Orlando encontra em Villas Boas semelhanças com o ex-técnico Domingos Paciência. "Trabalha-se mais a posse de bola e os ritmos intensos, mas só os resultados poderão ditar o futuro", ressalva. Apenas dois anos mais novo (29) do que Villas Boas, Orlando desvaloriza a questão. "Sempre me habituei a respeitar os meus superiores e a relação profissional baseia-se no trabalho que cada um faz", explica.
O capitão da Académica espera "uma resposta positiva" do plantel, após a chicotada psicológica, até porque, caso contrário, "poderemos ter problemas". A situação atual é inédita para Orlando. "Acho que nunca me vi numa situação de último lugar, mas este é um momento passageiro, que irá passar com naturalidade", garante. A começar domingo, com o Portimonense, jogo onde "temos de ser melhores do que eles", até porque "as taças podem ser um tónico importante para chegarmos mais longe".
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Não é um caso inédito, mas também não é assim tão comum quanto isso. O novo treinador da Académica é, como se sabe, o mais jovem treinador da Liga Sagres, com apenas 31 anos. Mais do que isso, André Villas-Boas - que é o 63º técnico da história do emblema da cidade do Mondego - é, inclusivamente, o treinador mais novo dos estudantes dos últimos 19 anos, depois de Vítor Manuel, em 1980, ter orientado a Briosa, com 28 anos. De resto, o homem que sucedeu a Rogério Gonçalves irá, no domingo, tornar-se o 13º "mister" mais jovem a liderar a Académica, num "ranking" que é liderado por Armando Sampaio que, aos 19 anos, esteve à frente dos destinos conimbricenses na década de 20.
De qualquer modo esse não parece ser um problema para a Académica, muito menos para o treinador, até porque no futebol o BI é, muitas vezes, um elemento absolutamente secundário. Até para os próprios jogadores a idade do treinador não é, de modo algum, vista como qualquer obstáculo. Ainda ontem o capitão Orlando (29 anos), um dos mais velhos da equipa de Coimbra, assumiu que os 31 anos de Villas-Boas "não causam qualquer confusão". "A minha educação desportiva foi sempre na base de respeitar os superiores, seja qual for a idade deles. A idade não é importante", acrescentou o defesa-central português. De resto, no plantel que veste de negro, só há um jogador com mais anos de vida que o antigo adjunto de José Mourinho, np FC Porto, Chelsea e Inter: o cabo-verdiano Lito tem 34. André Villas-Boas, que segundo Orlando, está "na linha" de Domingos Paciência - treinador da Briosa nas anteriores das épocas - em termos de metodologia, orienta o sétimo plantel mais jovem do escalão primodivisionário, apresentando uma média de idades de 24,79 anos, sendo apenas superado nesta lista por Belenenses, Nacional, Setúbal, Benfica, FC Porto e Olhanense.

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