2 de novembro de 2009

2009/2010 - 09J - Académica 2-0 Vit. Guimarães: Crónica

Ainda não é uma mão cheia mas já há pelo menos um dedo de André Villas Boas nesta nova Académica que já aprendeu a ganhar. De uma equipa desconfiada e até assustada, à beira da depressão profunda, o jovem técnico conseguiu, em cerca de três semanas, devolver a alegria aos jogadores e mostra-lhes como, afinal, ainda há ali alguma coisa da formação que encantou na época passada com Domingos Paciência. Sem receios, apostou na reabilitação de alguns atletas pouco ou nada utilizados por Jesualdo Ferreira (Berger, Tiero, João Ribeiro, Éder ou Bru) e os resultados estão à vista.
A Académica, que já tinha vencido, logo na estreia de Villas Boas, para a Taça de Portugal, repetiu agora o triunfo, pela primeira vez esta época no campeonato. Eram os tais três pontos há muito desejados e considerados pelo próprio treinador como aquele clique que pode, finalmente, desencadear a recuperação da Briosa. Para já, ainda não deu para sair da zona de despromoção, mas a salvação ficou apenas a um ponto de distância.
Quanto ao V. Guimarães, depois do encorajador empate com o Sporting, adiou a retoma e tem de continuar a lutar para não cair para os lugares fatais. É verdade que a Académica foi superior mas os minhotos mostraram pouco nesta partida, ou melhor, ficou a sensação que Paulo Sérgio ainda tem muito trabalho pela frente.
Os estudantes entraram bem na partida, com intensidade e pressão alta, souberam roubar espaços ao V. Guimarães e cedo tomaram a direcção da baliza de Nilson explorando as alas, sobretudo o flanco direito onde João Ribeiro colocava velocidade no jogo e combinava bem com Éder. Os minhotos assistiam a tudo isto e tentavam responder na mesma moeda o que, a certa altura, gerou um jogo aberto, bem disputado e agradável de seguir embora com pouca intencionalidade no último terço do terreno, de parte a parte.

Sem grande acerto nas balizas valia ao espectáculo alguns pormenores dos jogadores mais inspirados, como aquele toque de calcanhar de Nuno Assis para Desmarets que, num lance típico, não teve consequências para Rui Nereu.

Bolas paradas desequilibram
O golo parecia destinado a surgir de um erro ou de uma jogada de bola parada. Aconteceu num misto dos dois. Moreno colocou o braço à bola, num cruzamento de João Ribeiro, e acabou cometendo a grande penalidade que levou Sougou para a marca dos 11 metros. O senegalês não falhou e abriu a porta a uma maior alegria no jogo dos estudantes. Galvanizados, os comandados de Villas Boas partiram em busca do segundo, mas tanto Tiero como Sougou não conseguiram bater Nilson.
A toada electrizante com que terminou a primeira parte continuou na segunda metade, com os vimaranenses mais ofensivos, como seria de esperar, até porque Flávio Meireles havia ficado nos balneários, surgindo no seu lugar Rui Miguel. Mesmo assim, foi a Académica que continuou a mostrar mais velocidade e acutilância. Não surpreende, por isso, o segundo golo dos donos da casa, por intermédio de Éder, novamente com João Ribeiro na jogada, na cobrança de um livre.
Com o resultado sentenciado ainda cedo na segunda parte, os estudantes limitaram-se, até final da partida, a aguentar a pressão forasteira, mostrando-se sempre à altura dos acontecimentos, tal a falta de argumentos do adversário.

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