22 de março de 2010

Duas boas temporadas não chamam sócios

ESTUDANTES NÃO FOGEM À DESERTIFICAÇÃO DE ADEPTOS ACTIVOS

Em Coimbra, as últimas duas épocas ajudaram a agravar a crise de confiança na relação entre a Briosa e os seus adeptos. A Académica de Domingos Paciência, na época passada, foi 7.ª na Liga, jogou bom futebol e até passou mais de um ano inteiro sem perder em casa. Ganhou na Luz duas vezes e igualou a melhor classificação de sempre desde 1984. Esta época, Villas-Boas tirou a equipa do último lugar e trouxe dinamismo a um conjunto que não poderia ter entrado pior na Liga (Rogério Gonçalves saiu à 7.ª jornada). As oito épocas consecutivas na principal divisão do futebol português também consistem num recorde de presenças na história mais recente do clube. O sucesso da equipa profissional seria, em condições normais, suficiente para melhorar essa relação com os adeptos, mas a tendência (que não é nova no país nem única em Coimbra) de distanciamento é cada vez maior.
A situação desagrada à direção de José Eduardo Simões, que vê as assistências a descerem de jornada para jornada, mas também a André Villas-Boas. O técnico elogiou a romaria ao Dragão (na meia-final da Taça da Liga), com mais de 2 mil a viajarem de Coimbra, mas nessa mesma semana disse que "um mês depois, todos se esqueceriam". Tinha razão. Ainda no passado dia 13, os mesmos dragões foram a Coimbra e pouco mais de 5 mil estiveram no estádio.
Sem quórum
Na última sexta-feira, os sócios da Académica (entre 30 e 40) deslocaram-se ao Estádio Cidade de Coimbra para mais uma assembleia geral de revisão estatutária (a terceira em mês e meio), mas voltaram para casa. É que esses mesmos estatutos dizem que só com um mínimo de 50 sócios se poderá ter quórum para iniciar uma AG. A falta deste foi inédita na história recente. A próxima AG, provavelmente em abril, ainda não está marcada, mas é certo que, até lá, o assunto terá de ser digerido.

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