26 de abril de 2010

2009/10 - 28J - Leixões 1-3 Académica: Crónica




Ponto final nas contas. A Académica vai continuar a marcar presença no escalão máximo do futebol português, depois de hoje ter vencido o Leixões, no Estádio do Mar, por 3-1, numa partida onde a Briosa mostrou porque merece estar entre os melhores, partindo para uma exibição personalizada e segura que lhe carimbou então a permanência na Liga Sagres.

Os comandados de André Villas Boas entraram em campo com o pensamento na vitória pois um triunfo permitiria à Académica festejar antecipadamente a manutenção. O Leixões, por seu lado, estava praticamente obrigado a vencer e até abriu as portas ao público que deu ao Estádio do Mar um ambiente de festa que, no final, foi de desilusão para a maior parte das bancadas. É que atrás de uma das balizas do recinto de Matosinhos os festejos prolongaram-se até bem depois do apito final com os jogadores e equipa técnica da Académica a agradecerem o apoio vindo de Coimbra.

A Briosa escusa de fazer contas e pode encarar as duas últimas jornadas com maior tranquilidade. No Mar, depois de um início de jogo equilibrado e onde a melhor oportunidade até pertenceu aos "estudantes" (João Ribeiro rematou por cima já dentro da área), seria Sougou a inaugurar o marcador através da marca de grande penalidade. Éder foi tocado em falta e o 18 da Briosa bateu Berger pela primeira vez.

O intervalo chegava com a Académica na frente depois de na primeira parte ter mostrado ser uma equipa personalizada, de posse de bola, raramente permitindo veleidades ao Leixões. Mas a história foi diferente durante largos minutos da etapa complementar.

O Leixões regressou decidido dos balneários e invadiu o meio campo da Académica, que nunca conseguiu sair a jogar para o ataque. Os homens de Castro Santos pressionavam o empate e acabariam por consegui-lo da mesma forma que a Académica: de grande penalidade. Hugo Morais enganou Ricardo e restabeleceu a igualdade em Matosinhos, prevendo-se emoções fortes até ao final.



Mas a resposta da Académica não demorou muito e a verdade é que, com o golo do empate, o Leixões deixou de ser a equipa atacante que estava a ser até então. A Briosa soube controlar o ímpeto leixonense e chegaria de novo à vantagem através de um lance de bola parada.

Diogo Gomes cruzou para a área mas a bola, caprichosamente, não bateu em ninguém e só parou dentro da baliza de Berger. A Briosa voltava a festejar a manutenção e, nesta altura, parecia já muito difícil o Leixões voltar ao empate, até porque o seu capitão, Nuno Silva, receberia ordem de expulsão por parte de João Ferreira.

A Académica chegou ainda ao 3-1, por intermédio de Éder, e o início da festa estava adiado apenas por uma questão de minutos. Os seis minutos de compensação dados pelo árbitro João Ferreira apenas serviram para adiar o consumar da vitória estudantil, que chegaria então com os festejos dos adeptos da Académica que se fizeram deslocar ao Mar.

A Briosa garante a manutenção na Liga Sagres, isto quando faltam duas jornadas para disputar. O próximo compromisso dos "estudantes" será com o Nacional, em Coimbra, já no próximo fim-de-semana.
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Festa da Académica em Matosinhos. O Leixões tinha tudo preparado, chamou os amigos e abriu as portas do estádio. O tempo ajudou e pareciam estar reunidas todas as condições para uma tarde de festa. E foi, mas para quem viajou de Coimbra. A Académica venceu por 1-3 e garantiu matematicamente a manutenção. O Leixões ainda não desceu, é certo, há uma última réstia de esperança nos corações dos matosinhenses, mas o cenário é negro. O Leixões é um exemplo crasso de que nem sempre querer é poder. A entrega ao jogo, a abnegação, a vontade de deixar a pele em campo e mudar o rumo dos acontecimentos é evidente. A equipa ataca, usa os flancos, fura pelo meio e remata. Mas quase nunca sai bem. Os cruzamentos alternam entre o demasiado largo e o demasiado curto, os remates ora saem com força a mais, ora com força a menos. E, no meio disto, o tempo passa.


Pior que isso, no meio da inconsequência do futebol leixonense, a Académica marcou. Nuno Silva derrubou Éder na área, João Ferreira hesitou ligeiramente mas acabou por apontar para a marca de grande penalidade. Sougou não perdoou.
Castro Santos estava consciente da importância que o jogo revestia. Mesmo que a derrota não impeça, totalmente, o Leixões de permanecer na Liga, o cenário é negro. É certo que para a semana há um Olhanense-Leixões que, em caso de triunfo dos nortenhos, adia tudo para a última ronda. Mas aí, o adversário dá pelo nome de Sporting.


Ora, como íamos dizendo, Castro Santos sabia que era vital vencer e, também por isso, lançou João Paulo ao intervalo, alargando a frente de ataque para quatro homens. A resposta de André Villas Voas não tardou, com a troca de João Ribeiro por Luiz Nunes.

Uma esperança renascida e impiedosamente abatida
O Leixões voltou a ser muito mais ofensivo que o rival no segundo tempo. Só tinha de ser assim, aliás. Desta vez, no entanto, a equipa conseguiu, finalmente, cheirar o golo. Empurrados pelos exemplares Fernando Alexandre e Zé Manuel, pode-se dizer que os leixonenses massacraram. A briosa entregou as despesas do ataque a Éder e Sougou e assumiu que o objectivo era defender. Deu-se mal, numa primeira instância.


Primeiro foi Cardozo, após canto, a cabecear à trave de Ricardo. Isto aos 52 minutos. Aos 64, gritou-se golo nas bancadas, mas o guardião da Académica efectuou a defesa da tarde, voando para evitar que João Paulo festejasse.
Aos 73, a muralha furou. Nova grande penalidade, esta a castigar mão na bola de Pedrinho. Hugo Morais empatou e fez o público e os jogadores da casa acreditarem ainda mais. Por isso, o golpe que se seguiu foi ainda mais doloroso.



O Leixões estava galvanizado em busca do golo que daria todo um novo ânimo à luta pela manutenção e acabou por se expor às balas. Diogo Gomes não perdoou. Dois livres, um de cada lado, fixaram o resultado final. No primeiro fica a dúvida se Berger terá tocado na bola. No segundo foi mesmo Éder a desviar para a baliza. André Villas Boas cumpriu o que prometeu. Queria festejar em Matosinhos e fê-lo. Uma festa que tem mais de frieza e pragmatismo do que brilhantismo. Não deixa de ser uma festa.

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