10 de maio de 2010

2009/10 - 30J - Naval 0-1 Académica: Crónica

A Académica venceu hoje a Naval por 1-0 numa partida disputada na Figueira da Foz e que contou para a última jornada da Liga Sagres. O golo vitorioso da Briosa surgiu ao minuto 80, por intermédio de Bruno Amaro, que na primeira vez que tocou na bola deu três pontos aos "estudantes" que assim terminaram a classificação no 11º lugar.

Foi, de facto, um regresso muito feliz para Bruno Amaro, ele que estava há largos meses ausente por lesão e que regressou a tempo de disputar o último jogo do campeonato e dar um triunfo à Briosa. Faltavam dez minutos para o final da partida quando o médio correspondeu da melhor maneira a um canto executado por Emídio Rafael e desviou o esférico do alcance de Jorge Batista, guarda-redes da Naval, que nada pôde fazer.

A expressão de Bruno Amaro, a seguir ao golo, explodia de felicidade e na primeira vez que tocou na bola deu três pontos à Académica mas sobretudo um ânimo especial e justo para um jogador que passou praticamente todo o campeonato a recuperar no departamento médico do clube, a quem dedicou o tento da vitória. Bruno Amaro correu para os adeptos da Briosa que se fizeram deslocar à Figueira da Foz para apoiarem a sua equipa e com o dedo apontado ao símbolo dos "estudantes", o 61 da Académica provou a sua enorme mais valia.




Antes do golo, pouco há a dizer sobre o jogo entre a Naval e a Académica. Típico encontro de fim de campeonato, onde as duas equipas, já com objectivos conseguidos, imprimiram um ritmo lento e morno que a espaços proporcionava boas jogadas mas nada que mereça ficar registado como lance de perigo.

Apenas nos primeiros minutos a Naval se chegou com relativo perigo à baliza de Barroca, mas o jovem guarda-redes da Académica esteve simplesmente intransponível e fez também ele uma exibição bastante positiva.

Com o jogo a arrastar-se para o seu final, surgia então o golo da Académica, na sequência de um pontapé de canto, um resultado que não sofreria mais alterações até ao minuto 90.

A Briosa, com esta vitória, termina a Liga Sagres na décima primeira posição, ultrapassando nesta jornada o Rio Ave na tabela classificativa.


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Era para ser um derby, com todos os ingredientes necessários mas acabou por parecer um simples treino, entre vizinhos. Em suma, um jogo típico de final de estação, sem velocidade, garra ou algo de mais positivo. Nem público havia praticamente nas bancadas. No final, «só houve surpresa porque houve uma equipa que conseguiu vencer, por ironia aquela que menos tinha feito para o justificar.
O encontro entre velhos rivais só se fez notar no resultado, já que a tradição diz que os de Coimbra, na Figueira, vencem (quase) sempre. Com um desfecho assim, apetece dizer: este golo de Bruno Amaro é quase um crime. Brincadeira à parte, ninguém mais do que o martirizado (pelas lesões) médio da Briosa merecia esse prazer, no dia em que voltou a jogar depois de quase nove meses de calvário.
A equipa de Augusto Inácio disse assim adeus à possibilidade de chegar ao sexto lugar, que permitiria entrar na Taça da Liga junto com os grandes, mas, ainda assim, o oitavo posto conseguido é o melhor de sempre do clube na Liga. Já a Académica termina em 11º lugar, ultrapassando na subida o Rio Ave, que perdeu na Luz.
A Naval ainda tentou pegar no jogo e teve um par de oportunidades todas com um denominador comum: Fábio Júnior. O «baixinho» com trejeitos de Romário colocou a defesa estudantil em sentido logo de início mas Barroca teve muito mérito na forma como evitou, por duas vezes, o golo do brasileiro.
Os figueirenses mantinham o assédio à baliza forasteira, embora nem sempre com o melhor discernimento, enquanto estes praticamente só existiam em termos de ataque através dos esforços de Éder e dos remates, de meia distância, de Tiero, em particular de um que não passou longe da trave. Ainda assim, nada que tirasse o sono à defesa da casa. Aliás, o ritmo era tão lento que, nas bancadas, o pouquíssimo público poderia mesmo ter adormecido.

O Joker de Villas Boas
À Naval, porém, bastava meter velocidade no jogo para criar logo perigo. Sempre por Fábio Júnior, que, aproveitando um cruzamento de Carlitos, chegou um pouco atrasado e só conseguiu acertar nas malhas laterais. Ficou aviso. Pena que não tenha passado mesmo disso.
Do banco, Inácio até ia dando sinais de querer ganhar o jogo, sobretudo quando tirou um médio defensivo como Godemèche, para meter um avançado, Kerrouche. André Villas Boas respondia com uma substituição esperada, uma troca de médios: Bruno Amaro, de volta quase nove meses depois da lesão, para o lugar de Diogo Gomes. Saiu-lhe o Joker: o castigado médio colocou a equipa na frente do marcador na primeira acção em campo.

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