Se Coimbra tem mais encanto na hora da despedida, para Ulisses Morais esse dia será a próxima quarta-feira. A Académica cumprirá o último treino da época e o treinador, «refém» das eleições de 7 de Junho, irá comunicar a sua indisponibilidade para aguardar mais tempo por uma resposta.
Um desfecho, no fundo, aguardado e desejado por ambas as partes, sobretudo depois dos últimos quatro jogos a cinco jogos, que precipitaram o divórcio. O acto eleitoral serve de argumento para o presidente José Eduardo Simões e com a pouca vontade do técnico em esperar, tudo fica claro.
Assim, o último treino da temporada será também o derradeiro para Ulisses na Académica, oportunidade para dizer adeus e participar na acção de solidariedade final, numa visita e almoço, já tradicional, na quinta da Conraria, onde funciona a Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra.
Enquanto o actual presidente se dedica às eleições - o anúncio da recandidatura deve estar para muito breve, numa altura em que Maló de Abreu já tomou a dianteira -, muitas das decisões sobre a próxima época vão ficar em suspenso, como as renovações.
No lote de 14 jogadores em final de contrato, a atenção maior poderá ir para Sougou, que tem na proposta do Cluj a possibilidade mais vantajosa e irá reunir-se durante a semana com o empresário para analisar as várias ofertas e tomar uma decisão, em princípio, até final do mês.
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O próprio Ulisses Morais ainda não o anunciou publicamente, mas já deu a entender que não está satisfeito com a demora na renovação do seu contrato e parece cada vez mais longe de Coimbra para a próxima época. Após a derrota (5-1) no jogo da última jornada, em Paços de Ferreira, o técnico de 51 anos agradeceu ao grupo de trabalho em tom de despedida. Esta terça feira, cumpre-se o último de três dias de folga e Ulisses anunciou outros comentários sobre o seu futuro para quarta-feira, dia do próximo e último treino da equipa, antes das férias.
Para além do técnico, são também muitos os atletas que trabalham ainda sob as ordens de Ulisses que não conhecem o seu futuro. No plantel da Académica, entre os 27 nomes, praticamente metade (13) ainda não sabe onde vai jogar em 2011/2012 e desse grupo, apenas três ou quatro deverão permanecer ao serviço dos estudantes.
Nuno Coelho, Sougou e Miguel Fidalgo têm propostas financeiramente mais vantajosas em mão, enquanto jogadores como Ricardo, Barroca, Pedrinho, Júnior Paraíba ou Pedro Costa (ainda em conversações com o clube) podem abandonar Coimbra, à procura de maior protagonismo noutras paragens. Há ainda três jogadores emprestados, dois deles (Addy, castigado, e Adrien Silva, lesionado) já regressaram ao clube de origem, ao contrário de Diogo Valente, emprestado pelo Sp. Braga e que terminou a época (em Paços de Ferreira) como começou: na condição de titular. A extensa lista termina com o central Amoreirinha (falhou quase toda a época, devido a lesão) e o médio Bischoff, dupla que estuda uma possível continuidade em Coimbra. Há ainda jogadores com contrato que jogaram pouco e, dependendo da vontade da próxima equipa técnica, poderão sair ou permanecer, como são os casos de Carreño, Luiz Nunes e Diogo Gomes.
A direção da Briosa, liderada por José Eduardo Simões (pelo menos até dia 7 de junho, data das eleições, para as quais concorre ainda Maló de Abreu) está atenta a esta possível debandada de metade do plantel e ainda não desistiu de assegurar a continuidade de muitos dos atletas citados.
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