13 de novembro de 2013

Dário: «Sou filho da briosa»

Representou a Académica pela última vez em 2005 mas ainda hoje é lembrado em Coimbra pelos muitos golos que marcou com a camisola dos estudantes. Dário, avançado moçambicano que entrou em Portugal pela porta da briosa em 1996, também não esquece os anos que passou na Académica e é com saudade que os relembra ao zerozero.pt.

«Sinto um orgulho enorme por ter representado a Académica e não é só pelos golos que marquei. Eu sou filho da briosa. A ela devo tudo o que sou, tanto pessoalmente como desportivamente. Cheguei a Coimbra com 18 anos, aprendi lá tudo o que sei sobre futebol e também a saber estar na vida», afirmou Dário, um dos melhores marcadores da história dos estudantes.

«A briosa é especial e, ao contrário do que se diz, não é um clube mas sim uma associação. Quem sabe o que isso significa, sabe o quão diferente a Académica é em relação a todos os outros clubes portugueses. Tive o privilégio de viver momentos únicos e inesquecíveis com pessoas ligadas a ela e que têm os ideais acerca do que é ser da briosa».

O golo no jogo da última subida de divisão e o dia em que Calisto lhe disse: «Moçambicano, se não marcas não jogas nunca mais»

Momentos que o marcam são muitos, mas há dois que jamais irão sair da memória do ex-internacional moçambicano. O jogo contra a Naval que garantiu a última subida de divisão da Académica ao principal escalão do futebol português e o primeiro golo que marcou com a camisola dos estudantes na primeira Liga, diante do SC Braga.

«Lembro-me perfeitamente do jogo contra a Naval que nos deu a subida de divisão. Marquei nesse jogo e esse golo ainda hoje me dá uma alegria enorme porque a briosa estava constantemente a subir e a descer de divisão e depois desse golo nunca mais desceu até hoje», referiu, lembrando a história com Henrique Calisto que resultou no seu primeiro dos 34 golos que marcou na Liga.
«A passagem pela briosa foi uma fase inesquecível da minha vida. Tenho uma história curiosa na semana antes do meu primeiro golo na Liga. O treinador Henrique Calisto gostava muito de mim mas não me punha a jogar porque era novinho e não tinha experiência e preferia pôr jogadores experientes como o Akwá ou o Paulão, que estavam emprestados pelo Benfica. Nessa semana comentei com o falecido Dr. Francisco Soares que se fosse para fazer o que os outros avançados faziam, que era jogar e não marcar golos, eu também podia fazer e nem sequer convocado era», começou a contar, entre risos.

«O Dr. gostava de se meter com o mister e disse-lhe o que eu tinha dito a ele em tom de brincadeira. O mister não gostou e de castigo pôs-me a jogar a titular. Foi a minha sorte, pois aos 20 minutos já tinha marcado», continuou, revelando o que lhe disse Henrique Calisto antes de entrar em campo.

«O mister disse-me no túnel de acesso ao relvado antes do jogo: 'moçambicano, se não marcas não jogas nunca mais'. Fui feliz e assim consegui o meu primeiro golo pela briosa na primeira divisão».

Os números de Dário na Liga pela Académica

Com a camisola dos estudantes na Liga, Dário, que representou a Académica entre 1996/1997 e 2003/2004, tendo posteriormente regressado a meio da época 2004/2005 por empréstimo do Al-Jazira, soma um total de 97 jogos e 30 golos marcados.

A estreia no principal escalão do futebol português aconteceu a 23 de agosto de 1997 frente ao Vitória de Guimarães, um dos outros emblemas que representou em Portugal. O jogo terminou com o triunfo dos minhotos por 1x0 e Dário entrou aos 67 minutos para o lugar de João Tomás.

Já o último encontro pelos estudantes na prova aconteceu a 22 de maio de 2005, tendo sido titular no empate a uma bola com o FC Porto no Estádio do Dragão. Dário saiu a sete minutos dos 90 e cedeu o seu lugar a Vítor Vinha.

in zerozero

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