10 de março de 2016

Marinho: um ano depois, herói do Jamor volta para ser determinante

Há quase doze meses, o extremo academista sofreu uma lesão grave que o deixou de fora mais de meio ano; hoje, recuperado, quer ajudar a Briosa a manter-se na Liga

Marinho: um ano depois, herói do Jamor volta para ser determinante

«Só eu sei o que passei e o difícil que foi estar do lado de fora a torcer, impotente. Felizmente hoje consegui o meu contributo coletivamente. Não me importava que tivesse sido outro companheiro a decidir, mas marcar também faz bem ao ego (risos)».

As palavras de Marinho, logo depois de ter resolvido a importante «final» que a Académica tinha frente ao V. Guimarães, eram suficientemente elucidativas quanto ao estado de ânimo do extremo academista. Quase por esta altura, no ano passado, o jogador de 32 anos sofreu uma lesão grave (rotura do ligamento cruzado anterior do joelho direito), que o obrigou inclusivamente a uma intervenção cirúrgica.

A recuperação foi árdua e sofrida, como de costume neste tipo de lesões. José Viterbo, treinador da Académica à época e admirador confesso das qualidades de Marinho, contou-nos como foi vivido esse período difícil pelo herói da final da Taça de 2012.

«Recordo-me perfeitamente da lesão sofrida em Moreira de Cónegos (curiosamente, a próxima deslocação da Académica neste campeonato), a sete ou oito jornadas do fim. Foi uma lesão daquelas complicadas, ainda para mais num jogador com mais de 30 anos. Após a cirurgia, o Marinho tratou de seguir todas as ordens dos médicos. É um tipo de lesão que implica sofrimento, muito sofrimento. Mas o Marinho foi fantástico, soube sofrer e acreditou que podia voltar para ser decisivo».


Marinho com José Viterbo
E assim foi, praticamente 12 meses depois, ao bisar frente ao V. Guimarães, numa jornada importante, dado que permitiu à Briosa sair da zona de descida. O jogador não conseguiu disfarçar a satisfação por ter contribuído para uma vitória essencial nas contas da manutenção.

«Não podemos esconder que esta foi uma vitória muito importante. Pessoalmente, estou duplamente satisfeito, também pelos golos, porque também mereço esta recompensa. Acredito sinceramente que estamos muito a tempo a Académica no lugar que ela merece. É verdade que é uma sina passarmos quase todos os anos por este sufoco mas acho que não merecíamos estar na posição em que nos encontrávamos».

Os incentivos no momento mais duro e uma história que se pode repetir

De volta ao período difícil que Marinho viveu no último ano, José Viterbo recorda a forma como procurou, juntamente com a equipa técnica da Académica, motivar o jogador, dando o apoio necessário para ajudá-lo a superar uma situação complicada.

«Os médicos e fisioterapeutas tiveram o papel mais determinante, assim como ele. Nós tratámos de acompanhar o jogador em termos psicológicos. Mal ele foi operado, no Porto, fomos ao hospital para dar força e ânimo a ele e ao Makonda (lateral-esquerdo academista, que sofreu também uma lesão muito complicada à época). Depois, fomos tratando sempre de trocar palavras de ânimo, porque sabemos como nestes momentos deve haver sempre uma palavra de incentivo para com o jogador».

O «target» agora é outro: a manutenção da Académica no principal escalão do futebol português. Marinho alerta que ainda há muito trabalho pela frente e que «nada está conseguido», pedindo igualmente para que equipa e adeptos continuem unidos, tal como se viu no último encontro.

«A união que vimos neste jogo entre adeptos e equipa… é isto que procuramos, gostamos e queremos para o futuro. Sem eles, as coisas ficam mais complicadas. Pessoalmente, acho que foi importante perceber na última semana que não estávamos sozinhos. Os adeptos, num passado recente, não estavam tão agradados com as nossas exibições, mas perceberam que era importante estarmos todos virados para o mesmo lado. É importante continuar assim, porque esta união nos dá prazer e chama as vitórias».

José Viterbo lembra o exemplo da época passada e a forma como a equipa por ele orientada também deu a volta a uma situação muito adversa. O mote está dado e, segundo ele, Marinho pode vir a desempenhar um papel fundamental nessa luta.

«Penso que a Académica vai alcançar a manutenção, aliás, não tenho dúvidas. O ano passado atravessámos dificuldades semelhantes e conseguimos. E o Marinho, como um dos capitães de equipa e sendo um homem respeitado no balneário, pode vir a ser determinante para atingir esse objetivo».

in maisfutebol 

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