27 de fevereiro de 2010

Bocas: Villas Boas volta a negar contactos com o Sporting

O tema começa a tornar-se recorrente e, por enquanto, André Villas Boas ainda consegue responder com alguma boa disposição e encontrar argumentos novos, apesar da insistência dos jornalistas. O jovem técnico assegura que está de pedra e cal em Coimbra, «mesmo que os jornais continuem a inventar» uma eventual abordagem para rumar a Alvalade.
«Se houvesse conversações o Sporting e eu seriamos penalizados pela CMVM. Não há nem pode haver contactos porque, para isso, o clube tem de fazer uma comunicação», afirma o treinador, escusando-se nos regulamentos, mas confirmando a cláusula de rescisão do seu contrato: «Para sair para qualquer clube, terá de pagar x. Se é um valor acessível? Sim, penso que sim. Já foram pagos valores mais altos por treinadores portugueses.»
O técnico recusou-se ainda a comentar a contratação do ex-internacional Costinha para o lugar de Sá Pinto no Sporting, apesar de ter trabalhado com ele no passado, quando fazia parte da equipa técnica de José Mourinho.
Aparentemente indiferente, o técnico confirmou o seu aval nas recentes renovações de Berger e Orlando, «numa lógica de continuidade», enquadrada na duração do seu próprio contrato (até 2011), independentemente daquilo que o futuro possa reservar-lhe.
Europa é «conversa fiada», por enquanto
Com apenas quatro pontos a separá-los da luta pela Liga Europa, os estudantes estão, de certa forma, entre dois objectivos. A manutenção está praticamente ao alcance de uma vitória e, depois, só se pode pensar em subir. Mas para Villas Boas ainda é cedo para traçar metas mais ambiciosas.
«Não é um problema mas trata-se de um factor a gerir com cautela porque, para a Europa ser viável, tem de haver uma transformação de rendimento. O nosso, apesar de bom, não é suficiente para isso. Parece-me conversa fiada e pode iludir as pessoas, criar falsas expectativas. Neste momento parece-me uma ambição desmedida», afiança sem deixar de lembrar, contudo, a «forte e invulgar média pontual» da equipa para quem chegou a estar no último lugar.
De volta a assuntos mais realistas, pelo menos por ora, o técnico quer repetir com o Rio Ave, próximo adversário da Briosa, a qualidade de jogo da primeira parte com o Belenenses, que permitiu selar mais uma vitória fora, além de outras exibições recentes. «Foi o reflexo da nossa identidade, é isto que procuramos. Não é a normal a frequência com que chegamos a ganhar 2-0 ao intervalo», observa, deixando um aviso para o jogo de domingo: «Com o Rio Ave, todos os cuidados serão poucos, porque está a um ponto de nós, é uma equipa muito organizada defensivamente, competente e com talentos individuais.»
Orgulho pelo trio nos sub-23
Depois de José Castro, há algumas épocas, a Académica volta a estar representada na selecção sub-23, e com uma presença inaudita: Emídio Rafael, Nuno Coelho e João Ribeiro. Tantos jogadores como o F.C. Porto ou o Sporting. «Vejo estas chamadas com um prazer enorme. Sempre defendemos que não queríamos a vinda de um jogador novo para transformar o grupo, mas sim uma transformação pelo próprio grupo. É fruto do trabalho colectivo que faz sobressair este jogadores e outros, que sabemos estarem a ser observados também por outros clubes», referiu o técnico, com visível orgulho.

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O técnico da Académica, André Villas-Boas, considera que em termos de dinâmica e motivação do grupo de trabalho existem algumas semelhanças entre a Briosa atual e o FC Porto de 2004, vencedor da Taça Uefa e da Liga portuguesa.
"Recordo-me apenas de um grupo de trabalho onde estive inserido que estivesse ao nível deste, que foi o do FC Porto vencedor da Taça UEFA e campeão nacional. É difícil encontrar grupos com esta dinâmica e união e encontrei-os aqui, depois de ter passado em grupos com grande qualidade e com grandes jogadores", observa o técnico dos estudantes.
Domingo, a Académica recebe o Rio Ave, jogo que Villas-Boas considera importante para ajudar a perceber os estudantes se poderão, ainda esta época, lutar por outros objetivos para além da permanência.

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