1 de junho de 2012

Maló de Abreu desafia José Eduardo Simões a demitir-se da presidência

Maló de Abreu, que há um ano foi adversário de José Eduardo Simões nas eleições para a direcção da Associação Académica de Coimbra/Organismo Autónomo de Futebol (AAC/OAF), convidou esta quinta-feira o actual presidente a apresentar a sua demissão. “O interesse da instituição deve estar sempre, mas sempre, acima dos mesquinhos interesses pessoais ou de grupos”, justificou, ao pedir que “se tirem consequências imediatas” da condenação de José Eduardo Simões a seis anos e meio de prisão efectiva.

 

Na mensagem escrita enviada em resposta a questões colocadas pelo PÚBLICO, Maló de Abreu, que se encontra fora do país, considera “uma vergonha para Coimbra e uma desonra para uma instituição centenária” o acórdão do Tribunal da Relação, que se traduz no agravamento da pena que fora aplicada na primeira instância a José Eduardo Simões, de quatro anos e sete meses de prisão suspensa por igual período, por um crime continuado de corrupção passiva para acto ilícito e outro de abuso de poder.

“A continuar-se de recurso em recurso – a que o réu tem, obviamente, direito – vai assistir-se a uma arrastada novela que lança para o pântano as mais nobres tradições da academia e da cidade de Coimbra”, acrescenta.

Maló de Abreu foi derrotado nas últimas eleições, que decorreram em Junho do ano passado, cerca de dois meses depois da condenação em primeira instância. Na altura, o tribunal considerou provado que, aproveitando-se da dupla qualidade de director de urbanismo da câmara municipal e de dirigente desportivo, entre 2003 e 2005, José Eduardo Simões favoreceu promotores imobiliários a troco de donativos para a AAC/OAF.

No cálculo da medida da pena o colectivo de juízes teve em consideração que o dirigente não procurou “auferir vantagem para si próprio”, mas para a Académica. E para fixar o montante a pagar ao Estado pelo clube – 200 mil euros, menos 164 mil do que terá recebido em donativos obtidos de forma ilícita – levou em conta o facto de a AAC/OAF ser uma instituição de utilidade pública.

Na quarta-feira, o advogado de José Eduardo Simões, Rodrigo Santiago, adiou para o momento em que conhecer o teor do acórdão do tribunal a decisão sobre um eventual recurso. Maló de Abreu desvaloriza essa decisão e não só pede a demissão de Simões como convida “cada um dos seus pares de longa jornada” a “assumir, também, as suas responsabilidades”. O PÚBLICO contactou o presidente da assembleia geral do clube, Fernando José Oliveira, que afirmou que “ainda que venha a ter” conhecimento do teor do acórdão do tribunal não tecerá “qualquer comentário sobre o assunto”.

in Publico.pt

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